Visitante Noturno
Lucas, durante a noite de sono, enquanto sonhava, sentiu-se “despertar”. Diferentemente de um acordar natural, onde há a progressão de nossos sentidos de forma linear, naquele momento, além de não ser o horário habitual de despertar, sentia como se estivesse sendo despertado por algo ou alguém mesmo sem o toque físico, sendo isso ainda mais estranho, justamente por morar sozinho.
Pela sua posição na cama, deitado sobre o lado esquerdo do corpo, assim que tomou por completo sua consciência e abriu os olhos, visualizou a janela, já que o espaço entre as ripas proporcionava um mínimo de claridade para dentro do ambiente.
Ao invés de voltar a dormir, de modo instintivo continuou a passar os olhos pelo cômodo, já que acordar naquele momento era no mínimo inusitado e também, como se suspeitasse de que algo estivesse para acontecer, já que alguma coisa ocasionara seu despertar repentino. Foi então que notou, no canto do quarto, a presença de um ser tão alto a ponto de quase tocar o teto com a cabeça e bastante magro, muito semelhante aos chamados “Greys”.
No entanto, a cabeça do ser era bulbosa como se o crânio se dividisse em três (semelhante às bolas da NFL) e sua pele era numa mistura de marrom com vermelho escuro. No primeiro instante, o ser não olhava para ele; a impressão é de que estava de perfil e com sua atenção voltada a outros que pudessem estar por ali, como se estivessem se comunicando de algum modo. E essa impressão se deu através de movimentações observadas no quarto.
Com medo, Lucas abaixou a cabeça, mas depois voltou seu olhar novamente para a janela na tentativa de observar os outros seres que pudessem estar ali, mas não viu mais nada. E foi quando percebeu que o ser, dessa vez, o fitava, porém, não apresentava expressão alguma.
Seu semblante sério e despreocupado passava uma sensação de indiferença, como se tratasse de algo habitual, mas Lucas não sentiu qualquer tipo negatividade ou tensão neste momento. Ainda se esforçando para compreender o que ocorria ali, Lucas manteve seu estado de vigília e revistou com os olhos ao redor do quarto, quando conseguiu notar apenas parte do braço de uma da outra – ou outras – criatura(s), como se estivesse(m) se movimentando.
Para demonstrar consciência da situação àquela criatura e transmitir certa segurança, Lucas procurou se mover; então, elevou ligeiramente a cabeça do travesseiro como se fosse se levantar da cama, mas mantendo o contato visual com seu visitante. E foi nesse momento que notou uma pequena luz, do tamanho de um buraco de tomada, se acender. Não pôde precisar ao certo de onde vinha tal luz, se ela se projetava do centro do tórax do ser, se a criatura segurava algum instrumento ou se essa luz pairava ao lado do suposto alienígena. Luz verde – neon. Não iluminava o ambiente ou emitia feixe, apenas um ponto de luz. Após uns 3 segundos sob o contato com tal luz, Lucas adormeceu. Sentiu que era um sono “artificial” como se estivesse sido anestesiado de alguma forma.
Lucas, naquele instante, mantinha algum nível de lucidez, sendo aquele estado semelhante ao experimentado quando estamos entre o sono e a vigília. Sua sensação era que tudo não tenha durado mais que 2 minutos. Ao reabrir os olhos, o ser não estava mais ali. Achou melhor demonstrar naturalidade e se virou para o outro lado para voltar a dormir – até mesmo por achar essa a atitude mais segura naquele momento.
*****
Alguns dias após ter ouvido o relato, conversei com Lucas para saber suas impressões daquilo que vivenciou e como ele estava lidando com o tipo de experiência que acabara de ter, além de procurar saber se o ocorrido poderia influenciar sua vida em algum aspecto a partir daquele momento.Um resumo sobre ele: Lucas não é uma pessoa religiosa, porém, espiritualizada.
No entanto, explicações comuns ao mundo espiritualista nas quais se conclui que algo possa ter acontecido por questões energéticas, campos áuricos, vibracionais, entre outros, não produzem qualquer tipo de satisfação ou convencimento sobre ele, pois há sempre uma explicação mais plausível de cunho científico.
Para ele, a possibilidade de a vida extraterrestre ter florescido e evoluído universo afora já era algo obviamente natural, e quanto ao contato entre eles e nós, terrestres, é apenas questão de tempo. O ocorrido de dias antes foi uma pequena amostra das infinitas possibilidades que nos rodeiam e que, a partir de então, diz que ultrapassou a barreira da crença para a certeza, e que presenciara a mais pura comprovação da existência da vida extraterrestre.
E compreendeu que, no exato momento em que o ser o fitava naquele quarto escuro, foi a forma do universo lhe responder de modo mais direto e inquestionável acerca daquilo que se perguntou diversas vezes durante sua vida.
Aquele breve olhar da criatura dizia claramente:
– Você não pediu para saber? Pois bem!
Créditos da figura: Shutterstock
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