Estudo do Livro Além da Parapsicologia – 5ª e 6ª dimensões da Realidade
Conforme as metas de estudo do Ufologia Integral Brasil – UIB, estamos promovendo o estudo gratuito de livros, dentro da temática Ufologia, com bate-papos online semanais sobre os capítulos abordados no decorrer daquela semana.
O primeiro livro do General Uchôa que tem a ver com Ufologia é o “Além da parapsicologia – 5ª e 6ª dimensões da realidade”.
Semanalmente enviaremos, no grupo especifico do WhatsApp, os capítulos digitados, para quem não tiver o livro impresso. Nosso intuito é promover a disseminação do conhecimento. Entretanto, sugiro que, oportunamente, efetuem a aquisição do livro impresso, de modo a contribuir, de algum modo, com quem detém os direitos autorais.
Apresentação
A apresentação do livro foi feita pelo filho do Uchôa, Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa, que, como o pai, seguiu carreira militar, tendo sido, após sua aposentadoria, secretário executivo da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). Consta em seu Facebook que ele também é membro da Ordem Rosacruz (AMORC), conhecida ordem iniciática que estuda os conhecimentos herméticos e também os fenômenos parapsíquicos.
Paulo disse que, 14 anos após o falecimento de seu pai, em 2010, foi convidado pela MUFON para apresentar o trabalho dele na área de ufologia, nos EUA. Disse que a vida do pai foi muito produtiva e que está resumida no livro “Uma busca da verdade – autobiografia”, e que a missão dele foi data pelo seu mestre Morya em 1968, em Alexânia:
“Você tem aqui uma missão: observar, pesquisar, escrever livros e divulgar”.
Assistam “O legado de Uchôa para a Ufologia”, em vídeo de 12 minutos de seu filho Paulo Uchôa: http://youtu.be/PLgxvmo-ZhE
Em seguida, Paulo faz um breve resumo biográfico de seu pai, conhecido como o “General das Estrelas“, que foi militar, engenheiro civil, professor da Academia Militar das Agulhas Negras, parapsicólogo, estudante da Metapsíquica e da Teosofia, fundador da Associação Universal Morya e do Centro Nacional de Estudos Ufológicos.
Segundo seu filho, Uchôa começou a se interessar pelo “paranormal” quando, aos 17 anos, em São Paulo, um sensitivo lhe disse que o pai do futuro General, que morava em Alagoas, estaria com grave enfermidade, fato que não acreditou naquele momento, pois seu pai era detentor de “saúde de ferro”. Porém, uma semana depois, recebeu carta de sua mãe relatando a doença de seu progenitor.
Algum tempo depois, havia discutido com seu professor de geometria descritiva e deixado de assistir às suas aulas, passando a estudar por conta prória. Numa dessas ocasiões, sentiu uma enorme vontade de escrever, tendo seu braço sido “dirigido” pelo invisível. Ali se deu sua primeira psicografia, que foi uma mensagem para si próprio: uma bronca, dizendo que Uchôa deveria deixar de ser arrogante e fazer as pazes com seu professor de geometria descritiva. Além disso, a mensagem também continha orientações para que apresentasse um trabalho a seu professor que consistia na solução de um importante e complexo problema de geometria que o professor havia passado para a sua turma. A mensagem ainda dizia que as informações constavam “na minha Geometria Descritiva, nas páginas tais e tais”, e foi assinada por “Monge”. No dia seguinte, Uchôa foi até a biblioteca e realmente encontrou o volumoso e antigo livro de Monge, onde constavam as informações sobre o problema exatamente nas páginas citadas na mensagem. Apresentou o trabalho ao seu professor e tirou nota 10.
Também houve ocasião em que Uchôa, ao perceber que um colega de escola estava muito doente, com dores fortíssimas, colocou sua mão sobre a sua cabeça e o rapaz, instantaneamente, adormeceu. Soube depois que o rapaz falecera posteriormente de meningite. Ou seja, instintivamente, Uchôa acabou realizando uma espécie de paliativo para aliviar as dores do rapaz.
Uchôa conciliava sua carreira profissional com o estudo do campo da paranormalidade; Paulo citou vários trabalhos de espíritas e ocultistas famosos estudados por seu pai, que passou a se interessar pelos fenômenos de materialização.
O interesse pela Ufologia se iniciou quando assistiu um filme liberado pelo governo norte-americado sobre a “visita” de 14 objetos voadores em Washington. Contudo, somente começou a estudar o assunto a fundo em Alexânia – GO, após ter tido o seu primeiro contato pessoal com o fenômeno e ter recebido a missão de seu mestre Morya. Conduziu estudos e vigílias por mais de uma década, tendo escrito vários livros.
Uchôa conduzia suas pesquisas de forma científica mas sempre com a mente aberta, parafraseando Theodore Roosevelt: “olhos nas estrelas e pés no chão”.
Muito cético com a telepatia que ele mesmo experimentava, Uchôa, após diversas provas, capitulou e passou a aceitar essa forma de comunicação destinada à humanidade do futuro. A partir do momento em que aceitou o fenômeno nele próprio, seus canais se desbloquearam e valiosíssimas informações passaram a fluir com facilidade, escrevendo o livro “Mergulho no Hiperespaço”.
Uchôa coordenou e participou de vários eventos nacionais e internacionais sobre o assunto mas o que chama atenção é a sua visão sobre a Ufologia, que não era um fim em si mesma, mas sim um “instrumento valioso que contribui para a abertura dos horizontes da humanidade, permitindo-lhe seguir seu glorioso destino em direção aos universos, revelados ou não, em harmonia com seus irmãos da galáxia e extragalácticos”.
Em seguida, Paulo cita vários trechos do livro, em que Uchôa afirma que o novo, aquilo que se abre ao espírito humano, servirá como estímulo científico para pesquisas rumo a uma ciência mais ampla, com novos conceitos sobre matéria, energia e vida, não limitados ao nosso Universo 3D. Uchôa também afirma que a ciência deve ter coragem para romper as barreiras do preconceito, do pensamento estratificado ou congelado e enxergar novas formas de fazer ciência, que aquilo que não pode ser provado pela ciência atual não significa que não exista e que a própria ciência vai, um dia, evoluir e conseguir comprovar.
Cita que as religiões também não aceitam quebrar seus dogmas e paradigmas e que os grandes místicos alcançaram o conhecimento superior ao aprender a realidade através do desenvolvimento de faculdades superiores e que os ETs possuem formas humanoides pois seguem as mesmas leis e condições materiais do Universo, as mesmas Leis Universais, e que todos avançam por caminhos análogos. Além disso, o Universo oferece um conjunto riquíssimo de formas, energia e vida e que o Hiperespaço representa ambientes mais sutis, não presos ao espaço e tempo que conhecemos no nosso espaço e que o homem um dia poderá compreender tudo isso.
Finalizando, Paulo apresenta os livros do Uchôa sobre o assunto.
Prefácio
No Prefácio inicial, o irmão do General Uchôa, Darcy de Mendonça Uchôa, médico psiquiatra, apresenta sua opinião sobre o livro, dizendo que pôde presenciar alguns dos fatos relatados durante o livro, dizendo que tem certeza absoluta de que todos os fatos relatados são verídicos, e afirma que a posição do autor do livro não é de concluir mas, sim, de expor e interrogar. Questiona se a ciência psicológica poderá, um dia, explicar a Parapsicologia, dentro da sua metodologia científica rigorosa.
Fala que o mundo está cada vez mais complexo e, do mesmo jeito, progridem as ciências físico-matemáticas e biopsicossociais, fechando um círculo e se abrindo outro, com novos ângulos de compreensão do homem e do seu mundo.
Darcy afirma que “o trabalho do general Uchôa, apoiado em rica casuística, honesta e cuidadosamente observada e analisada, afigura-se-me uma preciosa contribuição para o estudo de problemas os mais elevados e transcedentais do homem, convidando à meditação sobre a problemática “ôntica e ontológica”.
O que é ôntico? E o ontológico? Em filosofia, especialmente a partir de Heidegger e Kant, o ôntico diz respeito ao ente, ao imanente, ao fenomênico (fenômeno: do grego fanós, aquilo que aparece), àquilo que os sentidos nos mostram. O ôntico é o superficial que fundamenta o senso comum. É o que todo mundo vê.
Já o ontológico, em contraposição, diz respeito ao ser, ao que está por trás e além do fenomênico. O ontológico pressupõe sair do comum e buscar enxergar o que nem todo mundo vê.
http://alemdoontico.blogspot.com/2011/07/o-ontico-e-o-ontologico.html
Darcy finaliza desejando que os “leigos e entendidos” possam extraior do livro novos ângulos de compreensão sobre a essência do humano existir, isto é, das condições e destino do homem em sua trajetória do nascimento à morte.
Prefácio do autor
O autor afirma, em seu Prefácio, que o livro não é destinado aos cientistas nem aos intelectuais mas que representa um depoimento, destinado aos que amam a verdade: “uma informação global de apresentação simples e objetiva de uma série de fatos que, verdadeiros, implicarão um mundo de perplexidades, de ansiosas intgerrogações, ao mesmo tempo que farão pressentir a infinita riqueza do universo.”
O autor também demonstra a esperança de estimular pelo menos um pouquinho do espírito científico rumo a novas pesquisas.
“Será, enfim, apenas isso: um livro sincero, visando unicamente a colaborar para que, apoiados em fatos, submetidos ao crivo honesto da razão, aqueles que o perlustrarem possam intuir um sentido novo para a existência e aí encontrar paz e felicidade na segurança de um nobre destino. Será essa a maior recompensa do autor.
INTRODUÇÃO – Parapsicologia, Nova Metapsíquica – Espiritismo Científico
O século XX apresentou extraordinário progresso científico, em especial quanto à eletrônica e física nuclear, esta última fornecendo instrumento de inimaginável poder, podendo, a humanidade, se auto-destruir ou utilizá-la para a paz. Os avanços da medicina também parecem indicar um caminho firme para proporcionar uma vivência mais feliz.
Apesar desses avanços, as ciências psicológicas e a educação parecem não evoluir e não preparam os humanos para uma evolução moral, haja vista não se observar declínio nos egoísmos individuais e coletivos, nacionais ou de grupos, colocando a civilização em perigo.
Assim, uma vez que as ciências tradicionais parecem não estar sendo eficazes para a evolução moral da humanidade, o autor coloca que talvez a Parapsicologia seja a grande esperança, ao transbordar do âmbito puramente físico para o metafísico, apontando para uma realidade maior, estudando funções psíquicas ainda não incorporadas ao sistema da psicologia científica.
Cita, como objetos de futuros estudos, os fenômenos chamados supra ou paranormais como materializações, escrita direta, transporte, fenômenos luminosos, amplamente relatados por estudiosos como William Crooks, Flammarion, Ernesto Bozzano e outros. Alguns destes integram os estudos do Espiritismo Científico.
Cita, também, as pesquisas acadêmicas realizadas por Joseph Rhine no Laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke nos campos da clarividência, telepatia, pregocnição e psicocinesia, nos domínios extra-físicos. Rhine é acusado, pelos seus colegas, de “místico”.
Também cita o físico inglês Jeans:
“O espírito e a matéria, se não está provado serem de natureza semelhante, deverão, pelo menos, ser componentes de um sistema único. Já não há lugar par ao dualismo que, desde Descartes, tem obcecado a filosofia.”
Rhine também afirma que “atrás da PSI (funções psíquicas) e de todo o resto da natureza deve existir certa espécie de realidade energética comum”.
Destaca que as grandes potências também tem demonstrado interesse em estudar a parapsicologia, que lhes trará mais poder ainda.
Porém, é necessário que a ciência rompa as barreiras do preconceito e do pensamento estratificado ou congelado.
Interessante que o autor afirma que o nome que se dê ao fenômeno não importa: parapsicologia, espiritismo científico, fatos anímicos ou espíritas, desde que seja estudado. Questiona, também, se existiria apenas três dimensões e que devemos abrir nossas mentes a outras possibilidades.
E o que significa ir “Além da Parapsicologia”?
É considerar todo o conjunto fenomênico, é reformular conceitos não somente psicológicos como de vários outros campos do saber científico como a física, a química, a biologia, a medicina, etc. Daí o nome do livro, que não se limita ao fenômeno parapsicológico ao analisar os fenômenos de transporte de objetos através de obstáculos opacos e espessos, os de formações luminosas foscas ou brilhantes, os de materialização, etc. contidos no livro mas procura se atentar às condições em que ocorrem, considerando a existência da 5ª e 6ª dimensões da realidade que transcendem a parapsicologia.
Ao transcender a parapsicologia, teremos uma visão cosmológica ampliada para além dos domínios que imaginávamos.
Finaliza afirmando que os fatos que serão descritos nos próximos capítulos foram vividos e observados pelo próprio autor e que não possuem análise científica rigorosa mas que servirão aos, de mente aberta, continuar as pesquisas. Constituem-se em fenômenos psicológicos, de cura, de materialização, de transporte, de formações luminosas, etc, todos apresentados espontaneamente, exceto os ocorridos nas reuniões de efeitos físicos e de materializações.
Assistam ao bate-papo online em:
https://www.youtube.com/watch?v=7RFw6HeYkS4
1ª parte – Um depoimento
Capítulo I – Primeiros acontecimentos
Neste capítulo, Uchôa nos conta 6 casos que aconteceram com ele, logo no início de sua vida. Alguns destes casos foram citados no Prefácio por seu filho Paulo Uchôa.
Bom, Uchôa inicia os depoimentos informando que tentará manter, sempre que possível a ordem cronológica dos acontecimentos.
1) Uma inesperada informação…
Esse foi o primeiro contato do Uchôa com o “paranormal”.
O primeiro relato data de 1922, quando Uchôa estava com 16 anos, se encontrava em Itu – SP e participou de sua primeira sessão espírita onde seu amigo Portugal “adormecia” e escrevia com letra diferente da sua própria, respondendo às perguntas que lhe eram feitas. Interessante que, mesmo com ua face apoiada sobre o braço esquerdo, impedindo-lhe totalmente a visão, a escrita acompanhava corretamente as linhas do papel.
O lápis cai, Portugal o retoma e agora quem passa a escrever (com letra bem “má”) seria o Dr. Lourenço, médico. Os presentes passam a lhe fazer perguntas quando Uchôa pergunta sobre como estaria a sua própria família em Alagoas.
O Dr. responde que estão todos bem, exceto pelo pai do Uchôa, que passou mal, teve ameaça de “congestão cerebral” mas que já se encontrava bem.
Uchôa duvidou, pois eu pai era extremamente forte, com excelente saúde, até que, tempos depois, chega carta de sua mãe relatando exatamente o mesmo ocorrido.
Em seguida Uchôa comenta que alguns poderiam pensar que se tratava de leitura do subconsciente de alguém realizada pelo médium/ entidade; entretanto, ninguém na sala sabia do ocorrido, sendo que o pensamento que ele próprio tinha acerca do pai era de boa saúde e que, se foi leitura de mente, ocorreu leitura de pessoa extremamente distante fisicamente.
2) Estranha experiência… Transe consciente? Mesa inquieta!!!…
Dois anos depois, em Camaragibe – AL, na residência do tio e padrinho de Uchôa, médico, resolveram fazer uma experiência, mesmo sem nenhum dos presentes possuir algum tipo de conhecimento de pesquisas psíquicas, metapsíquicas ou espíritas. Cinco pessoas se deram as mãos e a mesa começou a fazer barulhos, transmitindo sinais tipológicos, e aconselhando a terminar a reunião, dizendo-a perigosa.
Apesar do aviso resolveram continuar a reunião. A mesa se agita diferente, mais forte, solicitando para Uchôa escrever. Este escreve velozmente algumas palavras; seu tio discorda da mensagem, questionando-a, e começa uma discussão escrita-oral insólita entre os dois. Uchôa disse que jamais, aos seus 18 anos, discutiria com seu tio mas sentiu que outra personalidade tomou posse de si e Uchôa passou a tratar o tio de igual para igual chamando-o, inclusive, de “você”, fato não usual entre os dois e considerado desrespeitoso. O tio o adverte com severidade e recebe como resposta que ele estava enganado, que ali não era o sobrinho Moacyr mas sim, sua irmã Alice, que se via ali tão desconsiderada por ele.
Era a irmã do tio, já falecida há muito tempo, indignada por não ter sido reconhecida por ele.
No dia seguinte, apesar de novamente advertidos, tentam repetir a experiência, obtendo vários efeitos físicos, com a mesa se movimentando de forma violenta, “como a indicar tratar-se de um operador malévolo”.
Suspendem a sessão mas Uchôa, sozinho, coloca a mão no centro da mesa e aquela se agita intensamente “erguendo ligeiro cada pé e a bater com violência, alternando-se”. Uchôa retira a mão e mantém apenas um dedo, e o fenômeno continua.
Uchôa leva a mesa para outro cômodo, para que outras pessoas vejam o fenômeno, quando os movimentos ficaram mais fortes ainda até que, ainda com um dedo apenas no centro, a mesa se vira de pernas para o ar.
Nisso o tio decide abandonar tais experiências.
Uchôa faz três colocações:
- a) todas as pessoas estavam tão decididas a realizar a experiência que a fizeram, mesmo após as advertências.
- b) como a sua personalidade poderia ter mudado tão rapidamente, mesmo ele estando consciente?
- c) quais as forças que estariam operando na mesa, visto que seria impossível movimentá-la apenas com um dedinho sobre ela?
Comentários de Fatamorgana:
Os fenômenos das mesas girantes era bastante comum no século 19, vide os casos das irmãs Fox em Hydesville, EUA, além de relatos por toda a Europa, estudados por Camille Flamarion, William Crookes e, em especial, aquele que viria a ser o codificador da Doutrina Espírita: Kardec.
Há relatos de que “as mesas não se limitavam a levantar-se sobre um pé para responder às perguntas que se faziam, moviam-se em todos os sentidos, giravam sob os dedos dos experimentadores, às vezes se elevavam no ar, sem que se descobrissem as forças que as tinham suspendido”.
As primeiras manifestações de mesas girantes observadas por Kardec aconteceram por meio de mesas se levantando e batendo, com um dos pés, um número determinado de pancadas e respondendo, desse modo, sim ou não, segundo fora convencionado, a uma questão proposta; depois Kardec desenvolveu métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: a mesa batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra, chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas.
3) Insólita compulsão!!! Estranho acontecimento pela madrugada…
Esse fato também é relatado por seu filho Paulo no Prefácio, em que “cura”, ou melhor, alivia a dor de rapaz doente.
Alguns meses depois, já morando no Rio de Janeiro com seu irmão Darcy, Uchôa disse que tendia aos estudos de matemática, já que era estudante de Engenharia Civil e, naturalmente, ao positivismo científico.
FILOSOFIA: positivismo
Dicionário
“sistema criado por Auguste Comte 1798-1857 que se propõe a ordenar as ciências experimentais, considerando-as o modelo por excelência do conhecimento humano, em detrimento das especulações metafísicas ou teológicas; comtismo.”
“Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte. O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados a crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.”
(Wikipedia)
Na pensão em que estava morando com seu irmão Darcy estava hospedado também um sueco que, certa madrugada, começou a gemer de dor. Uchôa sentiu o ímpeto de curá-lo daquela imensa dor. Uchôa achou isso estranho pois nunca tinha pensado em curar alguém antes.
Primeiramente, em pensamento, visualizou o enfermo, parecendo ver a sua face de sofrimento, e imagina-se passando as duas mãos sobre o rapaz, ainda que não acreditasse muito no que estava fazendo. Imediatamente, para surpresa de Uchôa, os gemidos cessam e ele volta a si, perplexo.
A seguir, os gemidos recomeçam e Uchôa se dirige até o quarto do rapaz que estava alucinado de dor, de pé, querendo sair. Uchôa o faz deitar e, sem raciocinar, começa a dar-lhe passes sobre a cabeça e até a região do plexo solar. Sentiu seus braços e mãos gelados e não entendia o que estava acontecendo, mas tinha a certeza de que o curaria. O enfermo adormece.
Até aquele momento Uchôa nunca tinha presenciado ou ouvido falar de passes.
Pela manhã, a dona da casa, que tinha presenciado a cena, pergunta se Uchôa era espírita e este responde que não. Ela lhe disse que, acreditanto ou não, Uchôa seria certamente um médium de cura e que alguma entidade tinha agido por seu intermédio.
Infelizmente, o sueco acabou piorando e vindo a falecer de meningite seis dias depois.
Uchôa faz três colocações:
- a) Estudante de engenharia, avesso à medicina, naquele tempo, anti-religioso, materialista, visualiza enfermo em outro quarto disposto a curá-lo;
- b) Inspiração da técnica do passe magnético de cura, com o qual nunca tinha tido contato anteriormente;
- c) Possibilidade de cura a distância. Cita caso em que repetiu o fenômeno, meses depois, com colega que estava com dor de ouvido.
4) Personalidade subconsciente ou entidade outra, habitando outro plano de existência?… E disse o mestre: “pelos frutos os conhecereis”…
Uchôa conta que, no ano anterior, em 1923, havia sido injustamente reprovado em Geometria Descritiva, pois havia estado doente, durante as suas férias, no Norte, e não conseguira retornar em março, tendo sido reprovado e ficado com ódio de seu professor. Como perdeu o ano, teve de frequentar novamente as aulas, ainda com ódio do professor, o que o levou a discutir com este e decidido não mais frequentar suas aulas nem apresentar os trabalhos práticos, ainda que isso lhe custasse uma segunda reprovação.
Alguns meses depois, já em agosto, decidiu estudar por conta própria, elaborando um programa de estudos. Pegou lápis e papel, quando sentiu-se “estranhamente possuído” e começou a escrever muito rapidamente as questões de estudo; acabou escrevendo também a frase “Para os assuntos dessas duas últimas questões, ver a minha Geometria Descritiva das páginas tais e tais”, com a assinatura de “Monge”.
Obs.: Gaspard Monge (Beaune, 10 de maio de 1746 — Paris, 28 de julho de 1818) foi um matemático francês, criador da geometria descritiva (a base matemática de desenho técnico) e pai da geometria diferencial. Durante a Revolução Francesa, ele serviu como ministro da Marinha, e foi envolvido na reforma do sistema educacional francês, ajudando a fundar a École Polytechnique.
Wikipedia
Em seguida, ainda escreveu as frases:
“Dora em diante, serás protegido por mim, mas não te envaideças. Antes, procures ver que isso é permitido porque precisas aprender a não odiar, de vez que é chegada a hora em que precisas mudar o curso dos seus pensamentos, das suas crenças, para compreenderes o mundo espiritual.
Mister se faz te concilies com o teu professor e eu te ajudarei nisso, inspirando-lhe simpatia em relação a ti. Urge, pois, que estudes as questões propostas e faças os desenhos e os mostres ao teu professor, pondo de lado ressentimentos e ódios. Este é o caminho de um cristão. É o teu caminho.”
Monge
Uchôa ficou extremamente surpreso e receoso de estar ficando maluco. Ninguém em sua família era espírita. Decidiu estudar os assuntos propostos na mensagem, mas não cogitava fazer as pazes com o professor e sequer apresentar os trabalhos práticos.
Também nunca tinha tido contato com o livro citado, antiquíssimo, clássico, o qual apenas professores especialistas e estudiosos consultavam. Porém, decidiu ir até a biblioteca, no dia seguinte e, com muita surpresa e emoção, encontrou o referido livro, bem como as soluções dos problemas propostos exatamente naquelas páginas citadas pelo “monge”.
Por outro lado, seus sentimentos de ódio com relação ao professor não haviam mudado. Porém, em outubro, sentiu desejo imenso de perdoá-lo e apresentou-lhe seu trabalho; aquele proferiu elogio, perguntando-lhe como havia conseguido realizar tal tarefa. Uchôa não sabia como iria lhe responder, mas acabou explicando à sua maneira e fazendo as pazes com seu agora mestre. O discípulo, a partir de então, passou a auxiliar os colegas nessa matéria.
- Uchôa faz quatro colocações:
- a) A rapidez com que conseguiu resolver as cinco questões propostas em seu trabalho;
- b) A exatidão das informações prestadas pelo Monge e a orientação a fazer as pazes com seu professor;
- c) O quanto foi difícil para o Uchôa ter de perdoar, “humilhando-se”;
- d) O aspecto positivo para a boa formação de caráter a um jovem e o quanto isso o levou ao espiritualismo.
5) Uma antecipação de futuro próximo? Uma estranha coincidência? O que, afinal?
O ainda estudante Uchôa, jogando pôker com os amigos, um dia disse “Amigos, cuidado, comunico que vou fazer um “royal” agora mesmo”.
E realmente o fato aconteceu. Uchôa o relata com pormenores, no livro. A probabilidade seria da ordem de 1 em 108, significando a certeza do acontecimento em 100.000.000.
Uchoa, em seguida, filosofa em como teria se processado o mecanismo daquela previsão: clarividência com “superação do tempo”?
6) Uma vidência supranormal?… Uma alucinação casualmente expressiva, adequada a um fim?…
Em 1929, Uchôa morava em Vitória e dividia o quarto com um amigo que não demonstrava interesse em fenômenos metapsíquicos. Uma noite, Uchôa visualiza um senhor de idade olhando para ele fixamente, da parede, muito parecido com um senhor conhecido dos dois, Sr. Batalha. No dia seguinte comenta com o amigo, que pede detalhes dessa visão. Uchôa descreve o senhor com mais detalhes, e o amigo comenta que era seu pai falecido, realmente muito parecido com o Sr. Batalha. Em seguida, mostra-lhe retrato e Uchôa confirma que era ele mesmo.
Uchôa levanta duas hipóteses:
- a) Ele captou a imagem do subconsciente ou inconsciente do amigo? Mas Uchôa estava consciente. Ou não? Seria um poder da personalidade subconsciente?
- b) Seria então uma entidade espiritual? Haveria a real existência ou permanência do ser após a morte?
Segue o link para o bate-papo que ocorreu:
1ª parte – Um depoimento
Capítulo II – Do efeito curativo: Magnetismo curador?
Neste capítulo, Uchôa nos conta sobre como foram os primeiros casos de cura que realizou, ainda quando era um mero estudante de parapsicologia e ocultismo. Todas essas vivências foram fundamentais para a compreensão dos fenômenos ufológicos ocorridos em Alexânia, décadas depois.
Lembro a todos que Uchôa, em determinado momento de sua vida, passou a se interessar bastante pelo assunto de curas paranormais, realizando diversas e chegando a escrever um livro sobre o assunto:
“O Transcedental – curas e fenômenos”, já esgotado e dificílimo de encontrar.
Acho que caberia aqui uma pequena discussão sobre o que seria MAGNETISMO.
Bom, seguem os casos:
7) Nevralgia na cabeça… cura supranormal?
Em 1935, Uchôa é Capitão do Exército, em Recife, e fica sabendo que um colega estaria passando muito mal, com “nevralgia na cabeça” e não consegue dormir, mesmo tomando fortes analgésicos.
Casualmente encontra com esse colega e, firmemente, diz que irá à noite em sua casa e que ele dormirá bem e ficará bom.
À noite, dirige-se à casa do colega, sentindo-se leve e tranquilo. Ao chegar, pede lápis e papel, diz ao amigo para se sentar na cama e começa a escrever algo cujo teor, segundo o próprio Uchôa, não nos diz respeito. Enquanto escrevia, o amigo pega no sono. Uchôa o acomoda na cama e, instintivamente, aplica-lhe passes, da cabeça até o plexo, sentindo novamente seus braços e mãos gelados, como da vez que aliviou as dores do colega de quarto que estava com meningite.
O amigo acorda 12 horas depois, completamente restabelecido e diz que somente se lembra de ter visto Uchôa chegar ao seu quarto. Até hoje esse amigo é grato e essa estória ficou muito famosa em sua família.
- Uchôa faz alguns comentários:
- Coincidências?
- Ter encontrado o colega “por acaso”;
- Ter falado que iria ao quarto do colega e ter a certeza de que o amigo ficaria bom.
8) Uma experiência feliz…
Algum tempo depois, em Icaraí, recebe um cartão de amigo, aflito por causa de doença de seu filho adolescente cujo médico disse nada mais poder fazer.
Esse filho tinha estado com o coração dilatado, ainda não restabelecido, com infecção num dos joelhos, com muita dor e dificuldade para respirar.
Uchôa chega ao local, a família do enfermo muito triste, e se dirige ao enfermo irradiando pensamentos de cura, clamando ao Cristo Jesus. Não aplicou passes, apenas manteve as mãos espalmadas voltadas para o jovem, como a se constituírem centros de irradiação energética.
Logo a respiração do jovem melhora, Uchôa desliga o ventilador e o jovem adormece tranquilo, acordando no dia seguinte bem disposto e sem qualquer dor. Infelizmente faleceu meses depois devido à evolução da enfermidade crônica que já o acometera.
- Uchôa faz alguns comentários:
- Quais as forças, as energias em causa?
- Magnetismo?
- Projeção mental orientada?
Uchôa sempre sentia presença forte apoiando-o e inspirando-o e sentia que deveria oferecer as energias do seu próprio organismo em benefício do objetivo em causa. Sentia também algo que impregnava seus braços e mãos e se projetava adiante, o que acabou mudando com o tempo, como irá relatar.
9) Interrompe-se uma crise de colite
Tio de Uchôa foi diagnosticado inicialmente com apendicite, mas depois de exames constataram colite, com dores fortíssimas, uma noite estava contorcendo-se em sofrimento. Uchôa ofereceu a ele suas mãos sobre o seu ventre, que concordou.
Uchôa pressionou de leve em alguns pontos, com a firme concentração no efeito curativo. Em poucos minutos, o tio se senta, apalpa todo o ventre e já se sente sem dores.
Uchôa diz ao tio para que descanses, o tio disse que era muito cedo ainda, nisso o autor coloca uma de suas mãos sobre a testa, outra sobre o plexo solar do tio, que adormece profundamente e acorda no dia seguinte muito feliz, sem dores. Faz o tratamento adequado e se cura completamente.
Uchôa comenta, ao final deste caso, como uma grave crise de colite pôde ter tido alívio duradouro, até o início do tratamento, dias depois, apenas com imposição das mãos sobre o ventre. Os analgésicos comuns fazem efeito mas a dor retorna, exigindo mais doses, o que não ocorreu naquele caso. Teria sido Magnetismo curador? Sugestão? Mas nenhuma palavra havia sido dita.
10) Um desafio… e uma prova!
Dentista de Uchôa está com forte e rebelde dor nas costas e pede aplicação de passe. Uchôa procura fazê-lo desistir dessa ideia, conversando e debatendo, quando chega outro dentista, colega do primeiro e, de forma grosseira, debocha de passes de cura, comentando que estava com forte dores de cabeça e que seus comprimidos nunca seriam substituídos por passes.
Após o tratamento, Uchôa e seu dentista se dirigem a outro local, para aplicação do passe, quando o outro dentista decide acompanhá-los, mas o primeiro não permite que o acompanhem, dizendo que prejudicaria o tratamento por ser um “elemento negativo, por sua descrença”, mas Uchôa insistiu em que ele estivesse presente durante o passe.
Aparentemente, após o passe do primeiro dentista (não fica claro no livro), Uchôa pergunta ao descrente se aceitaria que colocasse as mãos sobre sua cabeça, já que havia reclamado previamente de forte dor de cabeça. O descrente reafirmou que não acreditava naquilo, mas que permitiria.
Nisso, Uchôa afirma que sentiu energia estranha apoderar-se de seus braços e mãos, erguendo-os para o alto. Em seguida, pousou sua mão direita sobre a cabeça do descrente e sentiu um potencial energético que supôs nunca conseguir compreender.
Imediatamente o descrente se levanta, agitado, tonto, passando mal, sem conseguir abrir seus olhos. Passados alguns segundos, Uchôa coloca suas mãos sobre a testa do homem, fazendo movimento brusco para as laterais de forma horizontal (na minha opinião, como se estivesse retirando algo ou limpando a testa) e, imediatamente, o descrente consegue abrir os olhos e exclama que está curado. Uchôa soube depois que o homem disse ter sido a maior lição de sua vida, que jamais voltará a falar de algo que não conheça.
Comentários do Uchôa:
Catalepsia? Feita e desfeita em menos de um minuto?
De onde veio a certeza de Uchôa de que curaria a dor de cabeça do descrente?
Hipnose? Magnetismo curador? Irradiação de força vital? Algo supranormal?
11) Superado o sofrimento de uma bursite
Uma irmã do Uchôa chamada Lourdes sofre com bursite dolorosa no ombro esquerdo, fazendo vários tratamentos.
Um dia, Uchôa a encontra chorando de desespero, sem posição de alívio para o braço, confessando ao marido, médico, a ineficácia dos remédios e de todo o tratamento que vem realizando.
Uchôa a manda sentar-se na cama e lhe faz alguns passes e imposição de mãos, fazendo-a dormir tranquilamente e acordando no dia seguinte sem qualquer dor, ainda que com o braço imobilizado. Dias depois, submeteu-se a aplicações radioterápicas, restabelecendo-se completamente.
Comentários do Uchôa:
- Magnetismo curador?
- Hipnose atípica?
- Algo supranormal?
- Energia magnética, física, etéica, projeção mental, auto-hipnose (ainda que nenhuma palavra de sugestão tenha sido proferida)?
Novamente, alívio duradouro da dor.
Uchoa reafirma que sente que recebe e transmite forte energia.
Entretanto, os questionamentos, a partir de agora, mudam:
É fato que é algo supranormal. Deveria Uchôa dar publicidade?
Estaria ele querendo se passar por milagreiro?
Seria ele um suspeito visionário, inventor de coisas, tentando realizar autopromoção ridícula e inaceitável?
Apesar de tudo, Uchôa decidiu que iria escrever os depoimentos e se submeter a qualquer julgamento, seja de boa ou de má fé, preocupando-se apenas com a exatidão das descrições e com a honestidade dos seus propósitos.
12) Evidência de uma atuação supranormal?! Estranha sub ou super consciência, mestre Filipe? O quê?!
Em 1954, Uchôa vai às pressas para Alagoas, pois eu pai se encontrava extremamente doente e desenganado, pois tinha sofrido enfarte medicamentoso por erro de farmacêutico bem intencionado. Por 3 a 4 dias, todos aguardavam seu desenlace, orando, desejando-lhe o melhor; Uchôa lhe aplicava passes mas não acreditava em recuperação, apenas queria lhe aliviar o sofrimento.
Nisso, Uchôa vê a figura de um amigo, Sr. Sevananda, fitando-lhe. Sente grande emoção e tenta dizer ao irmão que mestre Filipe estaria ali mas as palavras não saem, ele apenas coloca as mãos no coração de seu pai, em estado de transe absolutamente consciente, quando é atingido por um fluxo luminoso que é dirigido ao doente.
Comentários Fatamorgana: Uchôa conta, em sua autobiografia, que nesta ocasião Sevananda se encontrava em seu mosteiro, em Resende, mas que dominava a prática de projeção astral. Philippe de Lyon era um dos patronos do mosteiro e a esposa de Sevananda sua fervorosa devota. A única coisa que Uchôa não entendeu era o porquê de, mesmo tendo visto a figura de Sevananda, disse a seu irmão que o Mestre Philippe estava lá, e não o próprio Sevananda.
Prossegue, dizendo, com dificuldade, em transe, as palavras abaixo:
“Consegui a graça de prolongar a vida de seu pai. Veja! Estou tonificando seu coração… Mas olhe! Diga-lhe, uma vez recuperado, que isso é uma transação, olhe bem!… Uma transação! Quero dele a reconstituição do seu ambiente espiritual!…”
Uchoa comenta que, apesar de estar plenamente consciente, teve muita dificuldade em dizer a frase acima, tendo de repetir as palavras algumas vezes, levando, talvez, mais de 20 minutos.
Em seguida, o pai de Uchôa adormece tranquilamente e aquele tem a certeza de que o pai iria se recuperar, o que realmente aconteceu. Seu pai, ao sair do hospital, comenta que algo nele realmente mudou, e fez as pazes com antigo desafeto. E o idoso, na ocasião com 77 anos, viveu mais 4 anos.
Comentários do Uchôa:
Como negar o caráter transcendental do fato? De cura de doente do qual só se esperava o desenlace final?
Teria sido a personalidade subconsciente do Uchôa, já que no plano consciente só era esperado o desenlace? Talvez, já que somos um condensado de incógnitas, como diz Alexis Carrel (médico e autor do livro ‘O Homem, Esse Desconhecido’).
“Entre o céu e a terra, há muita coisa que a razão humana desconhece.”
Hipótese da existência do Mestre Philippe em outro plano de existência.
Uchôa achou estranho ter visto o Sr. Sevananda mas ter dito que “Mestre Filipe” estava ali, e ainda ter falado como se fosse ele (psicofonia).
Observações Fatamorgana:
Obs.1: Uchôa comenta que o ser humano, sob muitos aspectos, ainda é repleto de incógnitas e cita Alexis Carrel, médico vencedor do Nobel de Medicina de 1912 e autor do livro ‘O Homem, Esse Desconhecido’, que foi traduzido e reeditado, transformando-se num grande êxito mundial até à década de 1950.
Obs.2: O Sr. Sevananda, Sri Sevanãnda Swãmi, nasceu em 1901, em Paris, França, como Leo Costet de Mascheville, e faleceu no Brasil em 1970.
No final de 1924, chega ao Brasil, após uma estadia de anos na Europa, onde além de prestar serviço militar na França, recebeu do pai a missão de observar o estado da Ordem Martinista e Ordre Kabbalistique de La Rose-Croix na Europa.
Participa de várias ordens ocultistas, sendo presidente da Ordem Martinista e fundador do GIDEE – Grupo Independente de Estudos Esotéricos.
Escreveu os quatro volumes do livro “O Mestre Philippe de Lyon”.
Em 1951 chega à Resende, RJ, conhece Uchôa, fica hospedado em sua casa, tornando-se seu mestre e de sua esposa. Uchôa, que já era Teosofista e Rosa Cruz, agora se torna discípulo de Sevananda e vegetariano. Sevananda ganha um terreno de 12 hectares e instala o “Monastério AMO-PAX”, Ashram de Sarva Yoga e Mosteiro Essênio, tendo como um dos patronos Mestre Philippe de Lyon.
Uchôa conta, em sua autobiografia, que frequentava o monastério e que aprendeu que o Mestre Philippe tinha sido um grande mestre essênio.
Obs 3.: Mestre Philippe de Lyon: Nascido Anthelme Nizier Philippe em 1849, França, morto em 1905, também na França, foi um curandeiro de renome e operador de milagres. Desde pequeno se interessou por Mesmer e operava curas milagrosas. Ingressou na faculdade de medicina e, após várias curas, acabou sendo perseguido e expulso. Continuou seus atendimentos, sendo várias vezes processado pelo exercício ilegal de medicina mas mesmo assim atendia a todos e realizou milhares de curas em sua residência, além de assistência aos pobres. Casou-se com moça rica mas acabou gastando toda a fortuna com os pobres.
13) Outra vez a mesma pergunta: capacidade ainda desconhecida da sub ou superconsciência? Mestre Filipe? Uma confirmação, mas de quê?
Quatro anos após supostamente Mestre Filipe ter curado o pai de Uchôa, este se encontrava em Salvador, quando soube que um jovem oficial encontrava-se em coma há três semanas, com infecção gravíssima e febre muito alta, vítima de acidente de motocicleta.
Como a família do jovem era extremamente católica, Uchôa pensou não haver espaço para curas “espíritas”. Entretanto, este pensava se não seria o caso de tentar curá-lo, por meio de sua “personalidade subconsciente, inconsciente ou superconsciente que seja, ou então o próprio Mestre Filipe”, que já havia curado seu pai, que também estivera em estado gravíssimo. Uchôa achou uma excelente oportunidade de experimento ou prova e obteve a autorização do pai do enfermo.
Entrando no quarto, Uchôa sentiu extremo desconforto naquele ambiente, como se houvessem fios elásticos dificultando o movimento. Em sua autobiografia, Uchôa comenta que fez uma prece, invocando o Mestre Philippe; em seguida, visualizou pela sua clarividência uma luz azul claro e viu o corpo do jovem quase sem vida, envolvo em larvas astrais, “formando como se fosse um emaranhado pardacento, uma teia escura (impressão de teia de aranha), que passou a ser removida do impacto da energia” de luz azulada que saía de suas próprias mãos, durante 45 minutos, numa espécie de “luta”.
Exausto, descansa um pouco e retorna 15 minutos depois, e se sente tomado de uma energia como de tônica mais elevada, mais irradiante, plena de vitalidade, irradiando sobre o enfermo por cerca de meia hora. Também sente uma presença dirigindo seus gestos, pensamentos e esforços.
No dia seguinte, a febre cessa e o rapaz começa a reagir e, alguns dias depois, se recupera. Os pais do rapaz disseram a Uchôa que o filho deles nasceu pela segunda vez, quando aquele entrou em seu quarto.
Comentários de Uchôa:
Poder de personalidade subconsciente ou presença atuante de uma personalidade superior, operante no plano invisível?
Particularmente, ele demonstra ter a certeza íntima da segunda opção, por ter vivenciado as mesmas sensações por duas vezes.
Além disso, ele descartou completamente a hipótese de hipnose, uma vez que tanto o pai dele no caso anterior, como este jovem, neste caso, se encontravam inconscientes.
14) Uma cura “atípica” para o clínico interessado… outra teria acontecido?
Uchôa havia tido êxito em uma experiência de magnetismo curador, aplicado em mulher que estava com sinusite purulenta, o que impressiona seu sobrinho, médico. Certo dia, este médico estava com caso de criança com febre alta e convulsões, sem qualquer causa identificada, e convida Uchôa a tentar uma cura.
Uchôa se aproxima da criança e impõe suas mãos sobre a nuca e região do plexo solar, como normalmente faz, durante 10 a 15 minutos. Entretanto, o autor não efetuou nenhum esforço de concentração ou visualização e também não sentiu nenhuma força diferente, nenhuma presença.
O médico suspendeu toda medicação e ficou combinado de retornarem 6 horas depois. Entretanto, o retorno não foi necessário pois a menina estava sem febre e curada.
Comentários do Uchôa:
Também descartada a hipótese de hipnose, visto que a criança estava prostrada e sonolenta.
Hipótese de “transfusão de energia” do próprio Uchôa. Neste caso, como saber a medida exata da necessidade dessa energia?
Ou então, hipótese de ter sido um instrumento de alguma personalidade superior, invisível, que utilizasse energias em presença, em técnica desconhecida, para cura rápida e integral.
15) Um caso espírita? Uma feliz casualidade, ou ainda um acontecimento inexplicável?
Uma moça, há muito tempo, vinha sofrendo fortes ataques e desmaiava, encontrando-se muito abatida pois ficava dias e dias sem se alimentar após os ataques.
Uchôa aproxima-se da moça e, tomado por estranha compulsão, diz que a moça não estava doente, que estava com uma aproximação espiritual de uma criatura boa, sua amiga, mas que a vem perturbando e a fazendo doente, ainda que sem a intenção. A mãe se recorda que sim, desde uma amiga da filha faleceu, esta começou a ficar doente.
Nisso, Uchôa diz que a tal amiga vai se afastar e a moça ficará totalmente boa. Em seguida, se concentra em ideal de cura, visualizando irradiação azulada que a envolve, protege e revigora, equilibrando tanto seu organismo físico abatido como seu psiquismo também.
A tal moça passa a se sentir muito bem, volta a comer e se recupera.
Comentários do Uchôa:
Descartou a hipnose pois a moça não apresentou nenhuma das fases de hipnose e ele próprio não dominava a técnica.
Magnetismo curador?
Personalidades ou entidades de planos sutis?
Uchôa finaliza dizendo que:
“Não serão preconceitos científicos, filosóficos ou religiosos que devam impedir ou dificultar o estudo sereno, imparcial, objetivo e profundo desses fenômenos, em que uma realidade supra normal se desenha, procurando afirmar-se, oferecendo perspectivas novas para o trabalho, para pesquisa e aperfeiçoamento do homem de hoje e de amanhã.”
“Quanto a nós, caminheiros da grande jornada, sem sabedoria e sem tônica de aventuras, recolhamo-nos esperançosos, confiantes e decididos, àquela vida interior onde silenciam os tumultos e onde o espírito procura elevar-se à suprema verdade.”
Veja o bate-papo online em:
Capítulo III – Dos efeitos físicos: luminosos, de transporte, etc.
Uchoa afirma que, neste capítulo, atuará como observador apenas. Toda essa fenomenologia causa grande impacto pois estamos limitados ao tridimensional; é necessário reformular os conceitos básicos de nossa cultura, em especial a física e a biologia.
16) Uma estranha e surpreendente fotografia
Funcionário da AMAN sem experiência em fotografia prontificou-se a fotografar alguns relatórios e gráficos de Uchôa. Um dos negativos, porém, apresentou-se cheio de manchas. Examinando-o, aos poucos foram aparecendo vultos, a começar pela fotografia de uma moça de longos cabelos, ligeiramente inclinada e um pouco de lado. Ao centro, jovem fardado e ao lado senhor calvo. Colocando o negativo na posição diagonal, ao centro aparece um velho com nariz aquilino (“bico de águia”) e farta cabeleira, ao lado de uma jovem. Também apareceu um gaúcho com chapéu e botas característicos.
Uchôa achou que o funcionário, por não ser técnico, havia cometido algum erro durante o tratamento do negativo.
Uchôa levou para um amigo no Rio que conseguiu extrair duas fotografias: do jovem fardado e do senhor calvo. Curiosamente, as figuras iam surgindo das manchas brancas que observavam, sendo que a última somente apareceu horas depois.
Comentários de Uchôa:
Várias vezes Uchôa percebeu fenômenos supranormais em vários locais e na própria residência dele, em certas condições favoráveis de controle, somente faltando fotografias.
Terá sido resposta do invisível? Alguma consciência percebeu a falta e decidiu preenchê-la?
Como as imagens se formaram? Que consciências e em quais circunstâncias houve as interferências? Raios luminosos? Uchôa complementa, dizendo que maiores análises ocorrerão na segunda parte do livro.
17) Luz “inexplicável”… Até um susto!…
Com a presença de amigo de Uchôa, médium de efeitos físicos, são obtidos impressionantes fenômenos luminosos.
Pequenos focos de luz, ora como se fossem rosas brancas iluminadas, ora de luz brilhante, ora fosca, com várias tonalidades de colorido, ora uma luz apenas em evolução calma no ambiente, ora com rapidez incrível, traçando simples curvas ou fazendo trajetórias mais complexas, ora amplos clarões, ora claridade suave; um conjunto impressionante de manifestações.
Qual a fonte dessa luz? Qual a sua natureza? Lanternas ou dispositivos elétricos? Combustão de substâncias ou substância fosforescente em tentativa de fraude?
Os fenômenos acontecem na própria casa de Uchôa, com o amigo dele “plenamente iluminado, em sono profundo, como em estado cataléptico”. Não se percebe a origem, o foco irradiante dessa luz.
Impossível saber a fonte, a origem dessa luz, com brilhos e tonalidades inimitáveis.
Muitas vezes acontece de iluminar-se um vulto envolto em pesada roupagem de seda branca, com amplo véu branco e vaporoso, com outra luz discretamente colorida que parece se movimentar em torno desse vulto. Uchôa afirma já ter tido, “muitas e muitas vezes, a oportunidade de apalpar, examinar” a roupagem de seda.
O médium, há alguns anos, era rigorosamente algemado, o que não mais ocorria.
Certo dia, na hora de dormir, Uchôa e sua esposa, presente também seu pequeno filho Paulo, decidiram realizar uma experiência utilizando pequena lanterna, procurando imitar algumas das aparições luminosas, sem êxito. De repente, acontecem fenômenos luminosos e viram, por duas vezes, pequena explosão de luz, um metro acima da cama, realizando pequena parábola. Uchôa interpretou como se fosse uma mensagem:
“Se vocês têm dúvidas quanto à luz, então vejam, aqui mesmo, neste quarto…”
Comentários Uchôa:
Relato demasiadamente forte, mas Uchôa garante que é verdadeiro, ainda que pareça fantasioso.
Que tipo de energia é manipulada para essa exuberante produção de luz?
Caráter elétrico ou magnético, manipulado para se tornar luz?
Qual a fonte? Será decorrente do campo bioelétrico presente nos organismos vivos e, naqueles casos, dos seres humanos?
E somente isso? E como explicar a inteligência por trás dos fenômenos?
18) Transporte de cravos e rosas
Uchôa comenta que nos casos apresentados, as explicações vão além do que a ciência tem conseguido até o momento, penetrando na infraestrutura atômica e aprendendo a liberar a energia condensada, concentrada no interior do núcleo atômico. Os fatos são tão absurdos que é necessária toda uma reformulação de conceitos. Como explicar a passagem de objeto material através de corpos opacos? Somente uma ciência nova, com o surgir e desenvolver de novas faculdades do homem.
Uchôa relata que 12 pessoas se encontravam em um recinto pequeno, rigorosamente fechado e fiscalizado, com o médium de efeitos físicos. De repente, se manifesta um “personagem que fala de forma sibilante”, como um assobio.
Após uma série de fenômenos luminosos semelhantes aos descritos no caso anterior, o personagem pergunta se gostam de flores, e a maioria diz que sim. Em seguida, o personagem disse que buscaria algumas para eles.
De repente, são colocadas nas mãos de Uchôa enorme buquê de cravos, muitíssimo perfumado e molhado. Observação: estava chovendo lá fora. O buquê foi passado de mão em mão; em seguida, acende-se as luzes, e contam-se os 160 cravos aparentemente colhidos recentemente. Percebe-se que pétalas de rosas haviam sido jogadas sobre os assistentes.
Em outra ocasião, uma senhora estava com a garganta ruim, solicitou balas materializadas, alguém comentou que ela gostava de bombons e muitos bombons foram materializados, dos quais todos se serviram e, inclusive, levaram para casa.
Outro dia, no apartamento de Uchôa, presente inclusive seu irmão Darcy, a esposa de Uchôa havia recolhido as flores de cima do piano, para que não ficassem suspeitas sobre os fenômenos que ocorreriam, seu esposo comentou que não seria necessário, pois havia muito tempo que não havia a materialização de flores e que talvez o médium havia perdido aquela faculdade. A sessão é iniciada, com 12 pessoas presentes, fenômenos luminosos costumeiros ocorrem, quando o médium, incorporado, pergunta o porquê de terem retirado as flores do recinto. Em seguida, alguns assistentes são tocados por mão iluminada que despeja perfume líquido em seus cabelos; em seguida, sobre o colo da esposa de Uchôa, é colocado um grande buquê de rosas, com muita folhagem, espinhos, aparentemente recém recolhidas. Luzes acesas, contam-se 37 rosas bem frescas, sendo 34 vermelho escuras e 3 brancas, ao centro. Teria sido impossível não percebê-las antes, carregadas por algum dos presentes.
Comentários de Uchôa:
Hipnose? Sugestão coletiva?
Caso tenha sido fraude, como não ter percebido os 160 cravos (molhados), as 37 rosas e as dezenas de bombons previamente? No caso dos bombons, ao se acender as luzes não se percebeu saco plástico ou recipiente onde eles estivessem estado antes. Além disso, nunca haviam sido transportados bombons… aquela tinha sido a primeira vez, unicamente para agradar àquela senhora. E, quanto à materialização das rosas no apartamento de Uchôa, não teria sido uma resposta a ele, que achava que o médium teria perdido as suas faculdades de materialização de flores?
Livro adicional sugerido:
Fenômenos de Transporte, de Ernesto Bozzano
Comentários Fatamorgana: Sônia Rinaldi cita, em uma de suas palestras, que houve a materialização de pedra enviada por Paracelso a pessoa da equipe que estava doente. As instruções eram para que a pedra fosse colocada num copo d’água por algumas horas e depois ingerida.
19) O supranormal em evidência… onde o tempo e espaço?…
Um dia, era para ter ocorrido reunião de materialização que acabou não acontecendo. Porém, fenômeno excepcional ocorreu, sob a viva luz de lâmpadas comuns.
Antes da reunião, comentou-se que o famoso médium presente estava num bar quando, de repente, se encontrou amarrado pelos dois pulsos às costas com uma corda que supostamente apareceu do nada. Uchôa e seu irmão Darcy pensaram ser um truque do médium e não deram os devidos créditos.
Passados alguns minutos, o médium estava pronto para a reunião quando, de repente, parece sofrer um tipo de golpe nas costas, um forte empurrão e, de repente, suas mãos aparecem fortemente amarradas nas costas por uma gravata, que continha mais meia dúzia de nós fortemente amarrados e como as pontas perfeitamente simétricas. Uchôa tenta desfazer os nós com dificuldade, pede uma gillete, mas resolve deixar a gravata intacta como prova, conforme sugerido por alguém.
Logo em seguida, Uchôa é chamado para colocar algemas com cadeado neste mesmo médium, as coloca e, quando vira as costas, o cadeado havia sido retirado e colocado num cinto que o prendia à cadeira. Ambas as ocorrências à luz e à vista de todos.
Comentários Uchôa:
Parecia ter a intenção em provar algo a ele.
Como fazer tantos nós em uma fração de segundo?
Como explicar? Se a qualquer movimento o tempo está associado, houve então alguma alteração em um ou em outro ou em ambos? Estariam o espaço e o tempo superados?
O “supranormal”, ou seja, aquilo que não é considerado normal, sempre existiu, haja vista o movimento das pernas das rãs com a eletricidade, considerado coisa de outro mundo e, hoje, cidades inteiras são iluminadas.
“Esse universo espiritual e moral (…) não será, um dia, apreendido ou estudado pelas vias da ciência que, então, já se haveria elevado a uma sabedoria maior, integral, do espírito humano? que responda o futuro!”.
Veja o bate-papo em:
5ª Semana de Estudo
Capítulo IV – Da Materialização
Uchôa inicia o capítulo afirmando que, dentro os fenômenos ditos supranormais, destaca-se os de materialização, o qual se utiliza de ectoplasma, segundo a terminologia de Richet.
Segundo a Wikipedia:
Charles Robert Richet (Paris, 26 de agosto de 1850 — Paris, 4 de dezembro de 1935) foi um médico fisiologista francês.
Conhecido como o fundador da Metapsíquica, Charles Richet (1850-1935) desempenhou um papel fundamental no processo de desvendar o desconhecido mundo dos fenômenos anímicos. Em 1905, então presidente da Sociedade de Investigações Psíquicas – Londres – propôs o nome de Metapsíquica a este conjunto de conhecimentos. Sua obra mais famosa, Tratado de Metapsíquica, é um verdadeiro arcabouço de fatos e descrições pormenorizadas de experiências psíquicas, descrições históricas e classificatórias que muito colaboraram para o seu desenvolvimento. A sua maior contribuição, sem sombra de dúvida, foi o estudo do ectoplasma, substância responsável pela viabilidade dos fenômenos ditos objetivos. Foi ele quem, pela primeira vez, denominou a substância que emanava dos médiuns de efeitos físicos de ectoplasma, naquele momento referindo-se aos fluidos que emanavam de Eusápia Paladino (uma das maiores médiuns da história do Espiritismo): “são as formações difusas que eu chamo de ectoplasmas; porque elas parecem sair do próprio corpo de Eusápia”.
“Ectoplasma (do grego ektos,”externo”, e plasma, “algo moldado ou formado”) é o termo usado no espiritualismo para definir a energia espiritual “externizada” pelos mediums. O termo foi criado em 1894 pelo pesquisador Charles Richet.O fenômeno da exteriorização chama-se ectoplasmia enquanto que a substância exteriorizada chama-se ectoplasma.
(…)
No espiritualismo, diz-se que o ectoplasma é formado pelo médium quando em transe. Este material é excretado como uma substância semelhante a uma gaze a partir de orifícios no corpo do médium — ouvidos, narinas, olhos, boca, mamilos, vagina ou mesmo do umbigo — e entidades espirituais dizem cobrir essa substância sobre seu corpo não físico, permitindo que interajam no universo físico e real. Alguns relatos afirmam que o ectoplasma começa claro e quase invisível, mas escurece e se torna visível à medida que a energia psíquica se torna mais forte. Outros relatos ainda afirmam que, em casos extremos, o ectoplasma pode exalar odor de Ozônio. De acordo com alguns médiuns, o ectoplasma não pode ocorrer em condições de luz, pois a substância ectoplásmica se desintegra.
(…)
Na obra de André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, psicografada por Chico Xavier, define o ectoplasma como “(…) situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, (…)Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que o assistem mentalmente afinados com ele.”
O médium Divaldo Pereira Franco é mencionado protagonizar ectoplasmias, em janeiro de 2017 a página de rede social de seu centro “Mansão do Caminho” compartilhou fotos de uma sessão de 1977 mostrando Divaldo expelir ectoplasma pela boca que então se materializava em flores, a descrição diz: “Na noite do dia 09 de março de 1977, a sessão mediúnica dirigida por Nilson de Sousa Pereira no Centro Espírita Caminho da Redenção (Mansão do Caminho) registrou uma histórica série de materializações e efeitos físicos pelo médium Divaldo Franco.”
Ainda segundo Uchôa, pessoas se reunem, entre elas sempre (ou quase na totalidade das vezes) se encontra um médium; no escuro ou com luz velada, toma forma uma uma figura humana que faz movimentos, interage com os presentes, conversa.
“Tudo se passa como se ele (o médium) possuísse a faculdade de ceder parte da matéria do seu próprio corpo” para a formação de uma substância branco-acinzentada, “de estado físico ainda não definido, à qual Richet chavou ectoplasma, e que irá conformar o físico da estranha criatura que se apresenta.”
Moacyr Uchôa
Interessante que Uchôa comenta que “a expeeriência tem sugerido e, talvez, demonstrado a real participação do corpo do médium em todo o processo da materialização o que implica, até, perigo de vida”, como veremos adiante.
Em seguida, Uchôa começa os depoimentos dos eventos:
20) Um padre, um papa?!… Uma formação física, de que outra natureza?!…
Uchôa fica sabendo que, em São Paulo, tem acontecido materializações de um tal de Padre Zabeu, que se veste como papa e se deixa fotografar. Decide ir a São Paulo com o seu amigo e médium Nelson Rocha.
Muitas pessoas presentes e a materialização falha. Uchôa decide ir embora quando o médium João Cosme, que materializava o padre, o chama de lado, convidando-o a ir a uma reunião mais reservada:
“Não veio o Sr. do Rio para ver o Padre Zabeu? O Sr. não o viu. Quer esperar um pouco? Recebi ordem para fazer uma sessão particular para o Sr. e o seu amigo. Quer esperar que a maioria se retire? Ficará um pequeno grupo. Venha cá.”
Pouco depois, com 14 pessoas presentes, o médium João Coesme se deixa amarrar e algemar à cadeira. No ambiente há poucos móveis, uma vitrola, uns discos, um megafone e um reostato que controla uma luz vermelha.
Nota: a luz vermelha possui grande comprimento de onda e vibra a baixas frequências. Era utilizada na revelação de fotografias analógicas por sua “luz fraca” não comprometer a revelação das fotografias e, talvez, pelo mesmo motivo, não prejudicar as manifestações de ectoplasma.
Abre-se a cortina e todos podem ver o Padre Zabeu com suas pesadas vestes brancas e um grande crucifixo pendente. Para falar, utiliza o megafone.
Aproxima-se de Uchôa e diz a ele para procurar desenvolver-se e progredir sempre pelo caminho da contrição* dizendo, também, que sua responsabilidade é grande e para não se esquecer de orar e vigiar.
Obs*.: sentimento pungente de arrependimento por pecados cometidos e pela ofensa a Deus, menos pelo receio do castigo do que pelo amor e gratidão à divindade.
Em seguida, Padre Zabeu abraça Uchôa e permite que seja examinado. Uchôa repara que o padre é alto, enquanto o médium é bem mais baixo.
Finda a reunião, o padre disse que começará a comparecer às reuniões de Uchôa em Niterói, ocasiões em que Uchôa pode ter a certeza de que o fenômeno era autêntico. Em uma ocasião, permitiu que retirassem pedaço do tecido de sua batina, pedindo para procurarem na França ou na Polônica o mesmo tecido.
Comentários do Uchôa:
1) A primeira reunião falha, e o próprio médium Cosme o procura, mesmo sem nunca tendo-lhe visto. A segunda reunião acontece muito bem.
2) O conselho de Padre Zabeu bateu fundo em Uchôa, que realmente se encontrava “impulsionado pela mais viva curiosidade científica, intelectual (…) sem lhes conceder uma tônica de maior (valor) interespiritual;
3) Realmente era grande a sua responsabilidade, visto que já se encontrava com mais de 40 anos.
4) Como compreender a materialização? Plasma? Ectoplasma? Como manipular tal elemento dando-lhe forma humana? De quem esse poder? Do médium? De outros seres inteligentes e capazes de agir fora da matéria física, como a conhecemos? Seres “desencarnados” ou que não precisam encarnar? Já sabemos tudo sobre o próprio mundo físico? Quem teria condições de responder em caráter definitivo?
21) Ainda Padre Zabeu? Desta Vez, desmaterializando-se à vista de todos, em plena luz… e, a seguir, materializando-se, ali mesmo, com a sala iluminada…
Em São Paulo, haveria uma sessão apenas para homens pois o médium João Cosmme estaria apenas de cuecas. Este é amarrado a uma cadeira simples, numa pequena sala com apenas uma porta e uma janela, contendo uma mesa, uma vitrola, alguns discos e objetos fosforescentes, além do reostato para graduação da luz vermelha. Todos os assistentes da primeira fila ligados por uma corda. Um local bem controlado.
Uchôa e seu irmão Darcy presentes na segunda fila. Acende-se a luz vermelha e todos veem Padre Zabeu que se dirige até uma parede e uma névoa se forma, aumenta e se rarefaz até sumir. Alguns minutos depois, no mesmo lugar, começa a aparecer uma névoa que vai se adensando até formar um tipo de ovoide, que pergunta para Uchôa se ele gostou do fenômeno. Uchôa responde que sim, e o padre pede para que os que gostaram que deem o nome aos jornalistas.
Havia dois jornalistas presentes, que haviam proposto ao padre a realização de uma sessão numa Faculdade de Medicina, sob rigorosas condições impostas. Segundo Uchôa, a sessão, posteriormente, efetuou-se com êxito, com engessamento dos membros do médium e injeçao para que dormisse profundamente.
Comentários Uchôa:
Corrobora os comentários do relato anterior, acrescentando que seria muito leviano ou de uma enorme pretensão, decorrente de vaidosa presunção científica, alegar ser tudo fraude, mesmo porque nossa ciência não tem como explicar esses fenômenos metapsíquicos, assim como o professor primário não consegue explicar astronomia e física quântica.
22) Uma materialização “fluídica”? Algo excepcional?!…
Uchoa inicia o relato dizendo se tratar de fenômeno único, que ele nunca ficou sabendo que tivesse ocorrido em outro local:
Em Niterói, o ambiente conta com cerca de 20 pessoas, médium João Cosme algemado e amarrado à cadeira, materializa-se normalmente o Padre Zabeu, mas também materializa-se Teresinha, “ostentando farto vestido de noiva com longa cauda e amplo véu”, mas que se apresenta à luz verde:
De repente, se materializa uma espécie de biombo de três lados, de cerca de 1,3m de altura, de tecido branco brilhante. Atrás desse biombo aparece uma figura de mulher vestida de noiva. Os assistentes apenas enxergam Teresinha dos ombros par a cima, por detrás do biombo, enquanto que Uchôa consegue observá-la de corpo inteiro, no início transparente, “como se fosse feito de cristal fluído ou água límpida, inexplicavelmente conformado ao aspecto de figura humana. Aliás, essa impressão de transparência atinge todo aquele vulto, inclusive a exuberante vestimenta de noiva que ostenta com longa cauda. (…) Essa situação perdurou entre 10 a 20 segundos quando, então, ainda à plena luz, se desfaz o biombo”, o corpo se adensa e caminha com elegância entre os presentes.
Uchôa percebe bem o tecido de seda pesada que roça seus joelhos.
Em seguida, forma-se uma espécie de coluna branca de 30 cm de espessura, ligando o piso ao teto, que começa a se deslocar sozinha, com rapidez, pela sala, e “cai” sobre o colo dos assistentes da primeira fila, ficando na horizontal e continuando a se movimentar rápido, até chegar ao colo do Uchôa onde passa por suas mãos, deslocando-se até a cabine do médium. Uchôa comenta parecer com “uma massa de filó** de seda”.
Obs**.: tule de seda, algodão ou outro material, ger. engomado, e cuja urdidura forma uma espécie de rede vazada dando-lhe uma aparência leve e própria para ser usado em véus, cortinados etc.
Comentários Uchôa:
1) Como teria sido acionada? o que houve realmente?
2) “Em face de fatos como esses, não há dúvida, a que ficarão reduzidos os conceitos fundamentais da ciência atual, quer seja a física, a química, a biologia ou a psicologia?”
3) “Que implicações poderão advir em relação aos campos da sociologia, da moral ou da própria religião?”
4) Haverá poder, força, energia de hierarquia diferente, decorrente de algum desconhecido processo de evolução cósmica?
5) A mudança de tônica vibratória poderá alcançar esses outros níveis?
6) Um dia a ciência concluirá, como o estão fazendo os metapsiquistas e parapsicologistas, que “a criatura humana é, em si própria, infinitamente mais rica de virtudes energéticas e de capacidade de inteligência e consciência que se poderá imaginar.”
7) “A sua subconsciência, o seu inconseiente, constituem insoldável mistério, no qual só pouco a pouco vai penetrando a ciência psicológica.”
8) Terão razão os espíritas, teosofistas, rosacruzes? Haveria matéria ou energia comprovando a existência de corpos ou veículos invisíveis ao homem?
9) Persistiria, para além da morte, um ser objetivo, possuindo veículos próprios à vivência em outras condições, os quais, em determinadas condições, poderiam se materializar?
23) Um estranho eletricista
No apartamento do genro de Uchôa, a resistência do chuveiro queima, e a filha de Uchôa insiste em que ele providencie um eletricista. Ninguém da família, a não ser o casal, fica sabendo desse fato corriqueiro.
No mesmo dia, aparece um eletricista na casa do Uchôa, que residia no mesmo prédio que seu genro. A esposa do Uchôa, D. Ena, diz que vai buscar a chave do apartamento da filha, para irem até lá e, quando retorna, não encontra mais o suposto eletricista.
D. Ena desce até o apartamento da filha, não o encontra, depois vai até a portaria e pergunta pelo mesmo, quando o porteiro diz não ter passado ninguém por lá.
Mais tarde, quando o genro chega, ele afirma, surpreso, que não havia mandado ninguém ao apartamento.
Paulo Uchôa, que acompanhou a conversa, pergunta para sua mãe, D. Ena, qual a aparência do eletricista e se lembra de um soldado, eletricista, muito amigo do cunhado e que já havia falecido, perguntando “quem sabe se, vendo a aflição por causa do chuveiro, veio consertá-lo?”.
Alguns dias depois Paulo trouxe 15 fotografias de soldados para a sua mãe identificar e, imediatamente, ela identificou o soldado já falecido.
Comentários Uchôa:
1) Normalmente, em fenômenos de materialização, há a presença de um médium, que doa ectoplasma; além disso, não é comum acontecer à luz do dia, por isso a enorme dificuldade de pesquisas. Como haver materialização em plena luz do dia, sem qualquer médium? De onde vieram esses elementos ectoplásmicos para a modelagem do corpo físico do soldado? Poderia ter vindo do Sol? “Não seria a própria luz solar decorrência de uma forma de energia quiçá mais nobre e mais intimamente ligada à vida universal? Assim, poderia existir esses formas de energias vitais no próprio ambiente que nos cerca, podendo ser moldada.
2) Para os metapsiquistas, o médium doa o ectoplasma e plasma uma forma de acordo com a mente do médium; para os espíritas, o médium doa o ectoplasma e uma entidade utiliza essa substância para formar seu próprio corpo ou outras formas.
3) Problemas que podem acontecer com o médium se outra pessoa ou algum incidente manipulam o ectoplasma de forma não adequada:
a) Uchôa relata que, em sua casa, ao fim dos trabalhos, houve aparecimento de luz artificial e o médium Nelson Rocha permaneceu com fortes cólicas de estômago por várias horas.
b) Noutra ocasião, o médium, ofegante, passa mal, e a entidade diz que “alguém puxou demais as vestes de Teresinha; isso desequilibrou o médium e vai ser perturbada a reabsorção do ectoplasma ao fim da reunião.”. Ao encerrarem os trabalhos, o médium contorcia-se de tremendas dores à altura do plexo solar, sofrendo bastante até as 2 da madrugada.
4) Vários céticos assistiram às sessões de materialização e ficaram impressionados!
“Sobre mim o impacto do que vi foi por demais forte. Tive dificuldade em conciliar o sono! Não há dúvida de que foi preciso chegar aos 52 anos (em 1946) pra verificar o quanto sou ignorante!”
“Caro amigo! O que vi, ontem, me deu tanto em que pensar que não consegui dormir. E ainda me pergunto como será isso possível?”
Outro cético acabou segurando demais as vestes da entidade, o que acabou prejudicando o médium. Depois, escreveu carta desculpando-se.
Uchôa finaliza comentando da importância desses fenômenos para a mudança de pensamento, “sensível transformação de atitude, perante essa fenomenologia realmente impressionante”.
“Em verdade, não há como negar esse lado realmente impressionante desses fenõmenos, bem assim, alto interesse para os que se sentem impelidos à pesquisa sobre os mistérios do ser, sobre o incógnito que ainda se esconde no fundo da personalidade humana e, também, se abriga na intimidade do próprio mundo físico em que vivemos, ainda não de todo revelado.”
Moacyr Uchôa
Comentários Fatamorgana:
- Em reuniões com muitas pessoas, nada acontece; mas com poucas pessoas é mais fácil;
- Uchôa comenta que o médium é pequeno (João Cosme), enquanto que o Padre Zabeu é enorme;
- na sua autobiografia, Uchôa conta que, em São Paulo, na sessão de materialização do Padre Zabeu (que havia sido pároco em Campinas) com o médium João Cosme, em plena luz do dia, Nelson Rocha estava presente, sendo médium incrível em Niterói, em sessões as quais houve materializações e transportes de cravos, rosas, bombons, mas ele sempre estava em estado cataléptico, então foi a primeira vez que presenciou materialização, ficando “encantado e feliz”. Padre Zabeu disse que faria a primeira sessão de materialização em Niterói, com Nelson Rocha, com luzes acesas.
Vejam o bate-papo online em:
Capítulo V – Uma interrogação maior? Espiritismo?
Neste capítulo Uchôa afirma que finaliza os depoimentos, nos relatando três casos:
24) Vingança terrível… seria possível? quem responderia com segurança?
Uchoa nos conta que tem um primo que é paralítico desde os 9 anos de idade. Um dia, perguntando para seu tio sobre o primo, já adulto, obteve a informação de que suas pernas estavam piorando, e sugeriu que o primo fosse encaminhado a um tratamento magneto-espiritual. Seu tio, cético, disse que não acreditava em cura, mas que o tratamento certamente traria algum bem a seu filho.
Dias depois, Uchôa, em seu trabalho de pesquisa, visita uma conhecida sensitiva da região, que lhe diz:
“Coronel, acaba de chegar, aqui, um espírito, olhando fixamente para o Sr., enraivecido.”
Uchôa pergunta o que o tal espírito queria com ele, que responde que ouviu a conversa dele com o tio, sobre o primo, e que não se meta na situação, caso contrário se arrependerá. Disse ainda, para desistir de curá-lo, porque tal pessoa iria morrer paralítica, como ele.
Comentários do Uchôa:
Ele ficou impressionado com a sensitiva, pois foi uma conversa que ocorreu apenas entre ele e seu tio, e não teria como a moça ter sabido do caso.
Teria a sensitiva lido a mente de Uchôa? Talvez, mas e quanto ao caso da suposta “vingança”? E quanto à ameaça? Se fossem ideias da mente de Uchôa, faria sentido ele mesmo se ameaçar?
Uchôa nos lembra que a ciência não tem como explicar esse fenômeno, assim como não tinha como explicar como a eletricidade dos raios mexia as pernas das rãs de Galvani, como o para-raios de Franklin poderia funcionar, e como também a ciência estava enganada, na ocasião, ao afirmar que o excesso de velocidade dos trens pertubaria os cérebros dos passageiros e trariam vertigens aos que assistissem de fora.
Quem acreditaria, há algumas décadas atrás, se alguém falasse sobre o rádio, televisão, avião a jato, foguete e homens na Lua?
Assim, Uchôa reafirma sua posição quanto à necessidade de mente aberta dos homens da ciência nestes domínios onde prevalecem “a surpresa, o inesperado, a mobilidade, a fluidez, enfim, algo que exige novas formas de pensar, analisar, induzir e deduzir”. Exige, ainda, uma intuição mais profunda que, provavelmente, será uma característica inerente do homem de amanhã.
25) Que aconteceu? Hipnose atípica, espiritismo de verdade, ou poder estranho de um subconsciente atuante?
Uchôa realizava experiências de aplicações de passes magnéticos, como já comentado em vários casos. Um dia, visitando uma senhora, esta lhe conta que, há alguns meses, vem sofrendo alguns sintomas que pioram à noite: mal-estar, sensação de pressão na cabeça, produzindo ansiedade e insônia e muito nervoso.
Subitamente, vem à cabeça de Uchôa sugestão para convidar a mulher e seu esposo para reunião de estudos espiritualistas em sua residência. Assim que os convida, a mulher, antes educada, se torna pálida, com outra fisionomia e começa a falar rispidamente para Uchôa que sentia que iriam levá-lo, arrastá-lo para para longe dela (?!). Uchôa tenta acalmá-la, sem resultado, quando a “moça” diz:
“Sou o pai dela e não posso estar longe da minha filha, não posso!”.
Em seguida, segue-se “diálogo de certa tônica esclarecedora”, onde provavelmente o tal pai deve ter sido esclarecido quanto ao fato de que já estaria morto. A moça retorna ao seu estado normal. 15 dias depois já se encontrava curada.
Comentários Uchôa:
“Que teria ocorrido? Que mecanismo havia promovido a cura, sem considerarmos a hipótese espírita?”
E de onde teria vindo a inspiração de Uchôa para convidar o casal para estudos?
26) Um sonho? Uma alucinação? Uma realidade? Uma visita?
Uchôa, certa noite, tem um sonho muito vívido como um falecido tio, que aparenta estar bem rejuvenescido, bem disposto e feliz, dizendo que veio visitá-lo e o abraça. Uchôa, no sonho, fica assustado:
“Mas o Sr. morreu” Como, então, está aqui tão firme e forte?”
“Filho, vim fazer-lhe uma visita…”
Nisso, Uchôa sente que o abraço vai se desfazendo, como se o tio fizesse força para continuar abraçado a Uchôa:
“Nisso, sinto que o abraço vai se desfazendo como se forças lhe faltassem, ao mesmo tempo em que insiste em se apegar a mim. Vai se afastando e suas mãos vão correndo sobre os meus braços, dos ombros às extremidades, procurando como que, ainda, fixar-se, segurando-me. Logo a seguir, atingidas as mãos, aí se detém, apertando-as a principío forte e depois tenuamente, como a, em um último esforço, manipular-me os dedos, entre os seus, com vivacidade e, até, certa ansiedade.”
Este acorda emocionado e volta a dormir. No dia seguinte, ao despertar, percebe que sua aliança está na cama, fora do dedo, apesar de estar atrás de anel bem “apertado”, sendo necessário até usar sabão para conseguir retirá-lo. A aliança estava solta e o anel estava ainda apertado no dedo…
Comentários de Uchôa:
- teria ele próprio retirado o objeto, estando em excitação nervosa? Mas como a aliança e o anel teriam saído tão facilmente? Se tivessem sido retirados rapidamente não teriam saído tão facilmente, pois exigem calma para serem retirados.
- depois, o anel teria de ter sido recolocado, ficado a aliança de fora.
- teria seu tio estado lá realmente, conseguido desmaterializar a aliança, retirando-a e deixando-a de fora, para provar sua presença?
- teria a sua personalidade subconsciente criado temporariamente a figura de seu tio, para que não duvidasse de sua presença?
2ª Parte – Outro Plano de Existência?
“O Universo é um grande organismo, dirigido por um dinamismo de ordem psíquica. A mente cintila em todos os seus átomos. Há mente em todas as coisas, não só na vida humana e animal, mas ainda nas plantas, nos minerais, no espaço.” (Camille Flammarion)
Capítulo VI – Conceituação de plano de existência
Uchôa nos conta que a resposta para a pergunta “outro plano de existência?” não será respondida pela ciência das universidades, pela ciência oficial, mas por uma ciência que não se origine apenas da experiência sensível, normal, mas aquela que, sem as abandonar, vai além, “utilizando faculdades perceptivas outras do ser humano”.
O autor afirma que não pretende fazer uma profissão de fé, ou seja, declarar suas opiniões sobre os fatos, mas deixa claro que existem duas abordagens que se complementariam:
- uma ciência objetiva, com observação apurada, cuja tônica se afirma no campo mental, de dominância absoluta do intelecto, o raciocínio analítico, a síntese concluída, por meio do raciocíonio lógico;
- uma ciência subjetiva, a “vivência sentida”, vivencial, abrindo-se a percepções extra-sensoriais, apelando para o aprofundamento da intuição do espírito, levando a uma penetração mais profunda na natureza do ser humano. Essa ciência detém, atrás de si, o prestígio dos maiores instrutores, como Krishna, Buda e Cristo.
Entretanto, Uchôa, novamente, reafirma que o objetivo dele é analisar cada um dos fatos de modo objetivo, ou seja, utilizando uma abordagem racional, tentando concluir se apontam, ou não, para a sugestão ou para a convicção da existência de outro plano de expressão de vida.
Também comenta que não se utilizará dos estudos já feitos pela Parapsicologia (jamais desmerecendo tais estudos), pois prefere basear suas conclusões na sua própria experiência, ou seja, utilizando a “vivência sentida”:
“Restringir-nos-emos ao nosso próprio campo, à nossa própria vivência. Diremos: estamos certos de que tudo o que nos tem acontecido neste domínio (…) aponta, sugere e fundamenta a convicção de que há outro plano de existência. Como fatos de observação científica, pouco do que relatamos serviria para justificar essa conclusão.”
Moacyr Uchôa
“O caso é, porém, que muito do nosso depoimento é de vivência integral, é de totalidade experimental, algo que se aprende ou se apreende ou se percebe não só pela vista, pelo ouvido ou pelo tato, mas pela integralidade do ser, de forma total, decisiva.”
Moacyr Uchôa
“Uma coisa é ver, outra viver; uma coisa é julgar de fora, outra é ser parte naquilo que se julga.”
Moacyr Uchôa
Assim, Uchôa conclui o parágrafo afirmando que todas as experiências que vivenciou o levaram a uma visão tranquila do mundo, na busca pela harmonia, pela paz e pelo amor universal.
Por que “um diferente plano de existência ou de vida?”
“Neste plano de existência, lidamos com a matéria em suas múltimplas modalidades. (…) Concluímos que ela se resolve em energia, aprendemos que se transforma uma na outra, segundo determinadas leis e já aceitamos que a energia, inversamente, condensando-se, se transformaria em matéria.”
“Haverá outro plano de existência, analogicamente, com seus elementos específicos, tais como outros tipos de matéria que não a do nosso plano que, materialmente, se resolve no átomo de hidrogênio? Outra hierarquia de energias, que não as do nosso mundo físico? Outros reinos da natureza, que não os nossos conhecidos, ou melhor, outras formas de seres dotados de corpos formados desses outros tipos de matéria, possuindo as suas específicas condições biológicas, a sua própria fisiologia e, talvez, a sua própria e particular expressão psicológica?”
Como afirmar que tudo isso seria impossível? Por falta de testemunho dos nossos sentidos?
“Como pensar assim, se sabemos que percebemos apenas uma faixa limitadíssima da escala vibratória do próprio mundo físico e estamos apontando para a possível realidade ou existência de uma outra gama de vibrações”, em outro nível de manifestação?
Iremos nos limitar aos nossos sentidos quando, pela própria evolução cósmica pregressa, “temos o direito “científico” de admitir que outros sentidos ou faculdades psíquicas, agora em embrião, poderão desenvolver-se no curso futuro das idades?”
Assim, Uchôa continua:
“Sendo assim, para nos entendermos convencionaremos:
– este plano – o plano físico;
– outro possível plano – o plano astral.”
Moacyr Uchôa
Tudo leva a crer que temos:
- a existência real deste plano e de outro plano;
tudo se passa entre esses planos, no âmbito psicológico, moral ou espiritual; - existem diferentes planos e, para cada um deles, diferentes expressões de corpos, através dos quais as mentes e consciências possam colher suas experiências, não se sabe ao certo o porquê, mas as filosofias e religiões apontam o objetivo de felicidade futura;
- o ser, em si próprio, transcenderia a conceituação de plano de vida ou expressão existencial;
- o plano astral implicaria em outros condicionamentos dimensionais, talvez em realidades de 4ª, 5ª ou mais dimensões, que corresponderiam a uma percepção bem mais ampla do ser humano ou afim, a um estado de superconsciência, anto o qual o Universo se revelaria mais rico de formas de vida e energias, até aqui desconhecidas, com grande enriquecimento para a ciência atual.
Capítulo VII – Ação da personalidade inconsciente ou subconsciente neste plano tridimensional um vislumbre de outro plano – 1ª análise
Uchôa comenta que vários dos casos que ele reportou poderiam ser, de forma bastante simplista, explicados como sendo pertencentes ao nosso próprio plano físico, considerando, por exemplo, que os fatos em si poderiam ser gravados no plano físico de algum modo: “os fatos se gravariam como que numa tela interior da própria estrutura do mundo físico, espécie de fixação global de todos os eventos em um substratum, aindapara ser descoberto e estudado, constituindo uma espécie de memória da natureza e, ai, nestes substratum, seriam percebidos pelo sensitivo.
Mas como explicar a existências de “personalidades artificiais”, em vez de espíritos? Invenção do subconsciente dos sensitivos?
De qualquer modo, o campo de pesquisa continua em aberto: “Em qualquer das hipóteses, não haverá aí o vislumbre de outra contingência ou condição existencial, a insinuação ou revelação de possibilidades extraordinárias para o exercício das virtudes ou capacidades psíquicas do ser humano?”
Ou teriam sido então coincidências?
E quanto aos fatos de cura, também ensejariam maiores estudos sobre que tipos de energia ou de irradiação de virtudes terapêuticas, no âmbito desse plano.
Em todos os fatos houve imposição de mãos. Vendo de fora não há muito o que dizer. Entretanto, vendo de dentro, como é o caso do Uchôa, é muito difícil não pensar na existência de outro plano, mesmo porque há outros pontos a considerar:
- a compulsão irresistível que Uchôa sentia para agir;
- a impressão forte, como de uma presença que se impõe, de querer curar, e o fato realmente acontece, mesmo contra as expectativas da medicina.
“Vejamos, apenas, um pálido vislumbre da hipótese de outro plano de existência, emque se possam exercer outras e extraordinárias capacidades do ser humano.”
Moacyr Uchôa
Este homem teria condições de agir nos dois planos: neste, físico, em que nos encontramos, e no plano astral, que coexiste com o físico, onde, eventualmente, poderíamos agir.
Capítulo VIII – Perspectiva definida de uma realidade maior – Outro plano – 2ª análise
Uchôa, mais uma vez, afirma que nunca pretendeu que o livro fosse científico, mas apenas um depoimento de uma pessoa sincera, daí a falta de documentação comprobatória.
Em seguida, relembra a experiência que teve, ainda muito jovem, ao receber as instruções precisas do “Monge”, indicando livro e páginas.
Teria sido impossível ele próprio – Uchôa – ter inventado algo que nunca conheceu: aquelas questões matemáticas, com soluções extraordinárias, admiradas pelo professor, posteriormente, obtidas de um livro que nunca tinha visto.
Quando à experiência de ter visto o pai do colega, como poderia ter “inventado” se jamais o tinha visto antes? Ainda que Uchôa tenha “lido” a mente do colega, obtendo a imagem, ainda assim não teria sido fato digno de pesquisas mais profundas?
“Tudo isso não sugerirá, porventura, ao menos, a possibilidade da sobrevivência daquela personalidade”, em outro plano de existência?
E quanto aos fenômenos de transporte e de luz? Teria sido invenção da mente de Uchôa? Mas, para isso, teria sido necessário todo o conhecimento de manipulação da luz, por exemplo, que Uchôa não detinha.
E quanto aos fenômenos de transporte de objetos em locais absolutamente controlados? Onde o conhecimento, onde a técnica para isso? Poderes do subconsciente? Sim, mas como foram assimilados, como se manifestaram e como operaram?
E no caso das amarrações súbitas das mãos do médium? Parece que realmente uma entidade tinha ouvido Uchôa duvidar dos feitos do médium para, então, decidir reproduzir o feito de maneira ainda mais difícil.
Realmente, é mais fácil negar tudo isso; assim, tudo se resolve sem esforço.
“Isso provisoriamente, talvez, pois o futuro bem poderia dar uma resposta diferente, desenvolvendo um campo de pesquisa no âmbito de uma realidade do mais elevado nível, extra-física, envolvendo a integralidade do ser humano nas suas virtudes, capacidades e, quiçá, na sua glória.”
Moacyr Uchôa
Aqui, começa a mostrar-se, com grande probabilidade de ser verdadeira, a existência de outro plano de atuação, invisível, onde o homem e outros seres podem atuar segundo leis e condições que ainda desconhecemos, mas que exigem lugar nas preocupações de estudos da ciência atual.
Assistam ao bate-papo online ocorrido em 18/10/19 em:
Capítulo IX – Afirmação de outro plano de existência! Outra ou outras dimensões – 3ª análise.
Uchôa, nos dois capítulos anteriores, apresenta duas análises sobre as teorias do que estaria por detrás dos fenômenos. Nesta terceira análise, entretanto, ele conclui pela afirmação de que existe realmente um outro plano de existência, o qual pressupõe outra ou outras dimensões.
O autor comenta que, haja vista a complexidade dos fenômenos luminosos e de transporte apresentados, é inegável:
- a existência de um conhecimento, uma técnica e um poder fora do normal, de uma consciência, um ser plenamente capaz, em condições bem diferentes das nossas habituais, talvez em outro plano de existência.
- Se considerarmos também a materialização, as evidências da existência dessa consciência se fortalecem ainda mais.
Seria o ser materializado uma projeção do subconsciente do médium?
Uchôa acha improvável pois, se algumas semelhanças podem existir, externamente, os propósitos e as afirmações das entidades não têm nada a ver com os médiuns. Ademais, quando a equipe reunida deseja um objetivo próprio para a reunião, nada costuma acontecer, isto é, quando há um pedido ou um propósito consciente do grupo de pessoas os fenômenos ou não acontecem ou acontecem de forma diferente daquilo que foi pedido.
Além disso, o médium, em outra dimensão, seria mais sábio?
Em seguida, relembra o caso da mesa que se movimentava sozinha, e que também manifestou uma personalidade hostil. Lembrou também de outro caso de mesa que permaneceu suspensa no ar, sendo que os assistentes estavam apenas com suas mãos pousadas sobre seu tampo e que, depois, se virou bruscamente, ficando de pés para cima, e ninguém conseguia levantá-la. De onde veio essa força? E essa vontade manifestada em não permitir que fosse recolocada de pés para baixo?
Em seguida relembra o caso em que teve grande ímpeto de cura. De onde veio essa intuição? De onde veio aquele conhecimento de imposição de mãos e a certeza de que o rapaz teria alívio para seu sofrimento? Relembra, também, os demais casos de cura.
Hipóteses:
- teria sido animismo?
- teria sido outra personalidade, ou seja, uma entidade espiritual?
Em seguida, relata as várias manifestações de outras personalidades manifestadas durante os complexos fenômenos de transporte e de materialização, que eram totalmente diferentes das personalidades dos médiuns e participantes dos grupos.
E conclui o capítulo afirmando:
“Um outro plano de existência. Um outro plano de vida, em que operam seres sem possuírem o organismo físico humano.”
“Uma realidade maior, além dos nossos sentidos normais.”
Cita Shakespeare novamente: há muito mais entre o céu e a terra que a razão humana desconhece.
Capítulo X – As quatro dimensões do contínuo espaço-tempo. Fatos parapsicológicos. Outras dimensões?
Segundo a teoria da relatividade, quatro dimensões: as três conhecidas e o tempo.
Nossa consciência, tridimensional, não consegue compreender o espaço-tempo contínuo. Uchôa afirma que isso somente ocorrerá quando o homem conseguir desenvolver capacidades avançadas:
“Seria a eclosão e desenvolvimento de uma superconsciência, tendo a seru serviço, possivelmente, percepções novas, a qual poderia aprofundar o conhecimento do universo e ampliá-lo, talvez, para o homem de amanhã, na proporção em que a ciência atual dista do empirismo apenas instintivo do animal.”
Em seguida Uchôa comenta os estudos, durante 30 anos, dos fenômenos parapsicológicos e conduzidos por Rhine em meios universitários, chamados de PSE (percepção extra-sensorial) e PK (psicocinesia).
Assista ao bate-papo em:
“Além da Parapsicologia – 5ª e 6ª dimensões da realidade” – A. Moacyr Uchôa
Uchôa, nos capítulos anteriores, apresenta e descreve vários fenômenos “paranormais”, classificados, por ele, como “espirituais”, “de cura”, “de transporte” e de “materialização”, concluindo pela existência de outro plano, o qual pressupõe outra ou outras dimensões.
No capítulo X ele afirma que, segundo a teoria da relatividade, temos quatro dimensões: as três conhecidas e o tempo, que coexistem de forma simultânea e contínua. Porém, nossa consciência, tridimensional, não consegue compreender o espaço-tempo contínuo. Uchôa afirma que isso somente ocorrerá quando o homem conseguir desenvolver capacidades avançadas:
“Seria a eclosão e desenvolvimento de uma superconsciência, tendo a seu serviço, possivelmente, percepções novas, a qual poderia aprofundar o conhecimento do universo e ampliá-lo, talvez, para o homem de amanhã, na proporção em que a ciência atual dista do empirismo apenas instintivo do animal.”
Capítulo XI – Da inferência de outras dimensões da realidade consequente à fenomenologia parapsicológica da consciência à superconsciência
Neste Capítulo, Uchôa nos explica como seriam as dimensões espaciais, citando Pietro Ubaldi, em “A grande Síntese”:
- Um ponto: adimensional
- Uma linha: uma dimensão
- Uma superfície: duas dimensões
- Um objeto com volume: três dimensões
Uchôa comenta que as dimensões de ordem superior absorveriam as de ordem inferior, ou seja, um ser que vive numa dimensão inferior não conseguiria perceber uma dimensão superior. Desse modo, nós, que vivemos na tridimensionalidade, conseguimos claramente perceber objetos das dimensões inferiores, mas não conseguimos perceber a 4ª dimensão, que é o tempo. Para que consigamos perceber a 4ª dimensão deveríamos nos posicionar na 5ª dimensão ou hipertempo. Do mesmo modo, para percebermos além da tridimensionalidade deveríamos nos posicionar além do espaço, ou seja, no hiperespaço:
“Esta seria uma hiperconsciência, cuja realidade a psicologia e a parapsicologia começam a desvelar (…), para os seus conceitos de real, de verdade, (…) de existência, (…) liberta tando do espaço tridimensional (em que nos situamos e compreendemos as coisas) como do próprio tempo. Operaria ela a 6 dimensões! Resultaria ela de uma ampliação da consciência normal (para) os domínios do inconsciente.”
Novamente Uchôa nos lembra que nós, as criaturas humanas, viemos como impulsos de vida dos outros reinos da natureza e que temos nos desenvolvido desde sempre, então lhe parece normal que continuemos essa evolução rumo a essa superconsciência.
Segue um vídeo que ilustra as dimensões. Vamos ver até a 6ª dimensão, entre 00’45” 4’25”:
10 dimensões – Cientistas falam como podem ser as dimensões superiores
https://www.youtube.com/watch?v=3Hi1DhxSh34
Carl Sagan fala exatamente a mesma coisa que Uchôa, ou seja, que os seres de dimensões inferiores não conseguem perceber o que é proveniente de uma dimensão superior:
Na Planolândia de Carl Sagan, seus moradores têm duas dimensões. Assistam parte do vídeo abaixo, do 00’17” até o minuto 4’54”:
https://www.youtube.com/watch?v=WMZNLy0hGEI
Depois ele aborda a tridimensionalidade espacial, citando o Hipercubo quadridimensional ou Tesseract, vale a pena conferir.
Uchôa continua, dizendo que a aceitação ou a demonstração racional de outra ou de outras dimensões poderia ser feita:
- pela liberação ou superação do tempo
- pela absorção ou superação do espaço tridimensional
Com relação à superação ou liberação do tempo, Uchôa aborda a questão da relatividade do tempo, citando o caso 19, em que o médium Zezinho teve, abrupta e instantaneamente, suas mãos amarradas às costas, o que normalmente demoraria alguns minutos.
Nesse caso, a inteligência atuante, liberta do condicionante “tempo”, fez em um segundo o que teria demorado vários minutos.
E seria por meio dessa liberação do tempo – atuando no hipertempo, que se consegue também superar o espaço tridimensional e, no caso, a gravata de seda foi transportada de algum lugar para aquele, tendo sido imediatamente utilizada na amarração do médium.
Ou seja: a superação do tempo levria à superação do espaço tridimensional.
A Teoria da Relatividade é a junção de dois estudos do alemão Albert Einstein: Teoria da Relatividade Restrita, de 1905, e a Teoria da Relatividade Geral, de 1915. Além de estabelecerem relações entre massa e a energia de um corpo, elas explicam que tempo e espaço são relativos, dependendo do ponto de vista do observador.
A Teoria da Relatividade Restrita é a clássica E = mC², que estabelece que a energia (E) de um corpo corresponde à sua massa (m) multiplicada pela velocidade da luz (cerca de 300 milhões de metros por segundo) ao quadrado (c²).
Uma conclusão da Teoria Restrita é que o tempo passa mais devagar num objeto que se desloca em grande velocidade. O exemplo clássico é a hipótese do astronauta que viaja espaço afora. Quando retornar à terra, seus amigos terão envelhecido, mas, para ele, poucos anos terão se passado. A noção de tempo, portanto, é relativa.
https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-e-a-teoria-da-relatividade/
Outra conclusão é que o objeto que se desloca em grande velocidade, além de perceber o tempo de forma mais lenta, tem as suas dimensões reduzidas e com massa aumentada. Se um objeto viajar à velocidade da luz, o tempo dele, do nosso ponto de vista, pararia, e o espaço se contrairia infinintamente. E se o objeto pudesse ir mais rápido do que a velocidade da luz, o tempo começaria a retroceder!
Vídeo explicando a dilatação do tempo:
https://www.youtube.com/watch?v=qD7tvSBlkpY
Uchôa continua suas explicações, citando o caso 22, em que a formação do biombo e da moça, com suas vestes de noiva, poderiam ser uma “formação tangível, (…) que teria vindo à existência nesse espaço tridimensional, como originário de uma realidade maior, de um hiperespaço (…)”.
“(…) não se encontrará imperativa a necessidade de uma profunda, quase integral, reformulação da ciência atual?”
Uchôa comenta que nesse e nos demais casos, de transporte e de materializações, não haveria “a inegável sugestão do hiperespaço, implicando outra dimensão espacial, que chamaremos de 6ª dimensão?”
“Assim resumimos: um espaço tridimensional se oferece à nossa percepção, vazio, em um ambiente em que nos situamos e nos consideramos localizados e orientados em referência a objetos do nosso conhecimento. Súbito, um “objeto” outro – o biombo – não da nossa percepção anterior e um “ser” com todas as características humanas, ocupam esse espaço vazio. Pergunta-se: um segundo ou fração de segundo antes, onde se encontraria aquele objeto? Onde se encontraria aquele ser?”
Em resumo: em uma fração de segundo – o hipertempo (5ª dimensão) os objetos e o ser se transportaram de um local – o hiperespaço (6ª dimensão, ou 4ª dimensão espacial) – para aquele ambiente.
Segundo Uchôa, os casos de precognição também seriam explicados pela existência da 5ª e 6ª dimensões, uma vez que estão libertos do tempo.
Novamente, Uchôa finaliza o capítulo falando sobre o desenvolvimento de uma superconsciência:
“Posto isso, será demasiado estranho inferir a possibilidade de que possa o futuro abrir ao ser humano o exercício de uma faculdade mais elevada que lhe permita transcender ao tempo tal como, normalmente se conceitua, decorrente de sucessão no espaço ou de mudanças quaisquer outras, inclusive mesmo de estados de consciência? Não constituiria isso o caminho para o Hipertempo conforme denominamos a 5ª dimensão e o Hiperespaço 6ª dimensão, ambas as dimensões que a nossa consciência normal não apreende, mas que seriam próprias do campo de uma superconsciência a despontar e dominar no homem do amanhã certamente longínquo da nossa raça ou de outras mais perfeitas que nos sucedam na vida planetária? Será um sonho?”
“Aliás, essa superconsciência seria apenas o resultado da conscientização dos imensos e ilimitados poderes ou virtudes do inconsciente (…) em cujo campo, segundo Freud, tempo e espaço desaparecem.”
Capítulo XII – Outra perspectiva para o problema das dimensões superiores
Neste capítulo, Uchôa propõe uma abordagem de dimensões um pouco diferente da anterior, em que a 5ª dimensão representa o hipertempo e a 6ª dimensão representa o hiperespaço: considerou o hiperespaço como sendo a 4ª dimensão espacial e, neste caso, o tempo seria a 5ª dimensão e o hipertempo a 6ª:
“Essa nova ordenação se nos afigura mais própria às considerações que se seguem, encaminhadas segundo uma via diferente para o trato das dimensões superiores, formando as duas últimas o plano do tempo.”
No entanto, Uchôa deixa claro que ambas as abordagens resultarão de uma progressiva e maior percepção da realidade vibratória daqueles seres e estruturas que se encontram além desse nosso plano tridimensional.
“(…) só didaticamente é que discriminamos e separamos planos ou dimensões (…) (é) uma necessidade de nossa inteligência, como objetivo de simplificar a pesquisa, em busca do conhecimento melhor.”
“A mente humana, a sua inteligência, simplifica dividindo, separando, analisando as coisas mais simples, para melhor atingir a realidade.”
“Aceitamos um mundo só, uma realidade só. Estamoss procurando estudar essa realidade em sua forma de manifestação através de diferentes planos de níveis vibratórios, em conecção com as capacidades de percepção que vão caracterizando o ser humano em evolução (…), amanhã talvez superconsciente no longínquo futuro das suas próprias experiências em marcha.”
“Quando procuramos demonstrar outro plano de existência ou quando estudamos e produramos inferir (…) outras dimensões da realidade, (fazemos), na verdade, como uma ampliação da nossa própria visão do mundo em que vivemos.”
“A ciência nos fala de energia e vibrações. É nesses termos, também de vibrações e energia, que colocamos (…) o problema (…) das dimensões superiores, naturalmente relacionadas com as faculdades que (…) habilitam o ser humano a percebê-las.”
Uchoa continua, afirmando que a velocidade da luz serve para deduzir a existência de matéria mais sutil que a deste plano físico, “possuindo uma tônica vibratória, energética, que transcende às possibilidades de existência na tridimensão.”
Falando sobre a Teoria da Relatividade, Uchôa diz aque “segundo consagrada afirmação relativista, ao máximo de velocidade possível, a da luz, corresponde o mínimo de massa, configurada no fóton, extraordinariamente inferior à massa do próprio elétron, mínimo de massa da matéria tal como esta se revela neste plano físico de existência.”
Comentários Fatamorgana:
Aqui me pareceu um erro do livro, pois, pesquisando na internet, temos que, para corpos próximos à velocidade da luz, sua massa tende ao infinito, e não o contrário. Necessário averiguar.
Uchôa continua:
“Apesar do avanço da física moderna e do fato indiscutível de o fóton possuir massa, ainda está por ser demonstrada a identidade da luz e da matéria.”
Comentários Fatamorgana:
Aqui, novamente, me parece um erro, pois hoje parece que é consenso que os fótons não possuem massa. Necessário averiguar também.
Porém, Uchôa acerta ao falar que o fóton se comporta como luz e como onda.
Em seguida, cita trecho da Bíblia em que Deus teria dito “Faça-se a luz”:
“Criada a luz, tudo o mais se lhe seguiria… Diremos nós, agora, sem ofender muito ao espírito científico: Toda a matéria poder-se-ia resolver em luz? Ou, inversamente, a luz, (…) não poderia constituir a razão de ser de toda a matéria? O universo manifestado na forma, na matéria, haveria sido precedido pela luz, essência e expresão de um estágio anterior da Criação?”
Uchôa relembra da possibilidade de existência de matéria mais sutil, de energias que transcenderiam esse plano de realidades físicas. Em seguida, faz um questionamento interessantíssimo:
“Essa transcendência processar-se-ia por uma sucessividade de estados vibratórios que se sucedem continuamente, como poderíamos supor, ou, nessa mudança de plano, haveria descontinuidade, um salto energético-vibratório? Neste último caso, dar-se-ia de forma análoga à daqueles saltos, descontinuidade, que a teoria dos quanta já definiu com precisão para o comportamento da energia de qualquer natureza (…) operante no ambiente físico e, pois, na intimidade da matéria?”
Ou seja, para cada matéria manifestada aqui fisicamente, não haveria sua correspondência em outro plano de existência? A ínfima matéria do fóton da nossa luz física não poderia ter seu correspondente em outro plano, em outro nível vibratório? E não poderiam ser a própria razão de ser da infraestrutura da matéria?
Na sequência, Uchõa faz um questionamento sensacional:
“Se, agora, lidamos com a ampliação dos conceitos de energia e de matéria aos domínios desse outro plano, o astral, perguntaremos como se comportaria o psiquismo humano, ao receber impressões não mais físicas, mas decorrentes de matéria ou formas de energia agora astrais, características desse outro plano, cuja existência (estamos tentando) demonstrar?”
“Será anticientífico (…) afirmar a possibilidade de que o plano astral nos possa fazer, em futuro, penta ou hexadimensionais?”
Vale a ressalva de Uchôa de que o uso do termo “plano astral” não é o mesmo da Teosofia, que considera a existência de 7 planos:
“Do nível mais denso, diferenciado, para o mais sutil, é fornecido o seguinte esquema, constituído de 7 planos:
- o plano físico (sólido, líquido, gasoso, 1o. a 4o. etérico)
- o plano astral (vital ou emocional, das energias nervosas e emocionais)
- o plano mental ou Manásico (das energias de pensamento ou mentais)
- o plano intuicional ou Búdico (das energias psíquicas ou de alma)
- o plano espiritual ou Átmico (onde se manifestam as essências espirituais)
- o plano monádico ou Anupadaka (onde se manifestam as mônadas, redutos últimos das individualidades espirituais)
- o plano divino ou Adi”
Para Uchôa, o plano astral é tudo aquilo que está em dimensões mais sutis que a nossa.
Finalizando os estudos do capítulo:
“Abrir-se-ia a consciência humana a um estágio superior, tendo a seru serviço percepções mais sutis dos mais elevados estados vibratórios captados desse outro plano de existência, que os fatos parapsicológicos de clarividência, precobnição, psicocinesia, materialização, (…) e transporte (…) sugerem (…)?”
“Cremos, sim, na contínua e gloriosa ascese da nossa humanidade a um destino maior, no amanhã da nossa civilização, quando o homem, além do conhecimento pleno do universo em extensão e profundidade, haverá, também descoberto (…) o universo moral, em que também se contém, vivendo em plenitude seus mais nobres valores espirituais.”
Capítulo XIII – Hiperespaço, hipertempo, superconsciência sob novo ângulo… Afirmaremos sim? Quem poderá assegurar não?
Uchôa relembra como a 5ª e 6ª dimensões foram abordadas por ele anteriormente, conforme o quadro abaixo:
Em seguida, o autor comenta que a energia mental seria algo objetivo, uma “coisa” operante, capaz de atuar sobre objetos materiais e projetar-se a distâncias imensas, instantaneamente, sem quaisquer indícios de que uma distância maior ou algum obstáculo material pudesse interferir ou impedir sua ação.
Comentou sobre experiências de clarividência conduzidas por Rhine, por Vasiliev, bem como fotografias de formas-pensamento realizadas por Ted Serious, que demonstrariam o caráter da energia que se exterioriza, se condensa e se propaga instantaneamente.
Uchôa comenta que uma irradiação mental poderia ter massa até inferior à massa de um fóton, mas que, ativada à velocidade da luz, adquire um tipo de “quanta”, ou seja, quantidade de energia, que consegue interferir instantaneamente em qualquer local, mesmo quando há obstáculos materiais como cabines de chumbo.
Essa suposta superação da contingência do espaço tridimensional se daria em outra dimensão, no hiperespaço, pela extrapolação vibratória no campo mais sutil, somente perceptível pelo psiquismo humano quando em estágio mais avançado de consciência ou, então, revelado do inconsciente ou, quiçá, do superconsciente ainda não manifesto.
Uchôa continua, citando os casos de transporte, materializações e desmaterializações, os quais, segundo sua teoria, teriam acontecido no hiperespaço, essa realidade maior. Nele teriam acontecido não somente os fenômenos próprios dessa energia mental mas, também, os decorrentes de formas energéticas de outra natureza, oriundas de conteúdos emocionais com forte vibração mental, mais densas, até energias mais sutis que mobilizariam a arte e o amor que levam o ser pleno de poder à realização do bem.
Assim, “ampliaríamos o conceito de hiperespaço ligado ao da superconsciência, a toda essência vibratória de possíveis planos superiores”.
Ademais, nesse hiperespaço operam seres com conhecimentos de uma ciência que fosse própria dessa condição hiperespacial. Nós, homens tridimensionais, também podemos participar tanto no espaço tridimensional como no hiperespaço, neste caso, talvez, de forma inconsciente.
Ou seja, os fenômenos parapsíquicos, segundo Uchôa, poderiam tanto ser anímicos, ou seja, decorrentes das capacidades humanas de per si, ainda que insconscientes, conforme defende a parapsicologia, ou então poderiam contar com a participação de outras inteligências operantes.
“Dentro do espírito da exposição precedente, a existência do hiperespaço, afinal, corresponderia a uma conjunção da escalada vibratória no sentido do sutil, implicando frequências e comprimentos de onda próprios ou características desse outro nível de manifestação da realidade, com a evolução psicológica da ampliação efetiva da consciência.”
Comentários Fatamorgana:
Aqui, não há como não nos lembrarmos da Escala Hawkins da Consciência.
Do mesmo modo que um ser bidimensional não consegue compreender a natureza tridimensional das coisas, nós, tridimensionais, sem a ampliação da consciência para estados superiores, não conseguimos compreender os fatos ou realizações que impliquem essa outra 4ª dimensão da realidade espacial (hiperespaço), com suas frequências e comprimentos de onda próprios.
Segundo Uchôa, há muito, o Oriente indica vias místicas para a ascenção humana à superconsciência. Entretanto, Uchôa indica outras posições:
- 1º a suposição dessa superconsciência poderá advir da via racional, apoiada em fatos;
- 2º que essa superconsciência poderá se realizar naturalmente um dia, como um estágio normal da evolução do homem;
- 3º que essa superconsciência possa ser atingida por vias não racionais, ou seja, místicas, em alguns homens privilegiados mesmo agora, em nossa atual civilização.
“No estado de vivência dessa superconsciência, o ser humano, com atributos e faculdades próprias da percepção do hiperespaço, poderá construir uma ciência mais perfeita, por mais extensa e profunda, sobre a realidade universal.
“A essa superconsciência chegaria o homem por uma ampliação de sua consciência normal a estágios cada vez mais profundos e sutis, resultando de um progressivo evolver em que se afirmariam atributos e faculdades novas, próprias à percepção no Hiperespaço.”
“Nessas outras possíveis condições de desenvolvimento do psiquismo humano, construir-se-ia um conhecimento mais profundo e perfeito da realidade universal a ciência maior do homem de amanhã”.
“(…) como em nossa consciência normal não podemos entender o hiperespaço, o mesmo se dará para o hipertempo, constituindo-se, ambos, campo próprio da superconsciência (…)”
“Tempo é, inicialmente, sucessão no espaço, isto é, fato psicológico, conceito, decorrente de mudança de posição no espaço tridimensional, ocupando, o móvel, pontos sucessivos em uma trajetória.”
“Não padece dúvida de que algo há psicologicamente estranho nessa nítida conexão entre a suposta objetividade ou realidade do tempo e o psiquismo humano. Em um sonho de alguns minutos, quiçá segundos, vivem-se acontecimentos que exigiriam anos.”
“Em plena vigília, (…) fatos se sucedem em uma extensa cronologia não percebida como tal, em que horas se escoam como segundos.”
Uchôa comenta que mesmo Einstein afirmou que o tempo é relativo, não possuindo valores absolutos. Assim, uma superconsciência, operando no hipertempo, executaria procedimentos um a um, numa determinada sequência, num tempo considerado adequado para ele. Entretanto, esses mesmos procedimentos, sendo observados por nós, no 3D, se passariam num “infinitésimo de tempo”, numa fração de segundo.
Conclusão
Uchoa afirma que o material constante no livro oferece elementos preciosos para estudos e análises muito mais minuciosos; entretanto, deixa claro, mais uma vez, que o propósito seria apenas ser um depoimento, não um trabalho com o rigor científico.
Comenta que Aksakof escreveu um livro inteiro sobre um fenômeno apenas: “A desmaterialização parcial do corpo de um médium”, com o propósito de descrever o fenômeno e afastar as hipóteses de fraude.
Uchôa, por sua vez, relata que os fenômenos por ele relatados no livro também possuem alto valor intrínseco e que, caso tivessem sido exaustivamente documentados, poderiam ser tido uma análise dentro da metodologia científica.
Assim, Uchôa relembra alguns casos:
- caso 21, de desmaterialização e materialização de Padre Zabeu em plena luz;
- caso 22, de súbita formação do biombo e da mulher vestida de noiva;
- caso 18, de transporte de cravos para dentro da sessão;
- caso 19, de amarração do médium pelos pulsos voltados para as costas, usando uma gravata de seda;
- caso 12, de cura do pai do Uchôa;
- caso 13, de cura do soldado com septicemia generalizada.
Uchoa finalizou com as seguintes considerações:
A existência do plano astral, possivelmente com várias faixas vibracionais, onde seres se manifestam utilizando matéria de faixa vibratória de tônica diferente do nosso mundo físico, invisíveis para nossos sentidos acostumados à tridimensionalidade, mas passíveis de serem percebidos com a ampliação desses sentidos e desenvolvimento de novas faculdades, as quais alguns já a possuem, como vidências.
Nesse plano astral, as inteligências interagem e se manifestam utilizando corpos feitos de matéria astral, lembrando que também dentro de várias faixas vibracionais. Uchôa ainda lembra que essas inteligências, inclusive, podem até ter vivido preliminarmente no nosso plano de existência – a hipótese espírita.
Uchoa também lembra que as novas descobertas científicas poderão identificar ainda, várias outras modalidades de expressão energética ou de matéria, em termos de física ou química.
Com estudos e com a evolução ds próprias faculdades humanas talvez se abram, naturalmente, as “portas da percepção”, parafraseando Aldous Huxley.
Uchôa reafirma a existência dessa realidade maior, concluindo por duas outras dimensões, denominadas Hipertempo e Hiperespaço. Alguém poderá assegurar que não?
E vai além, explicando o porquê do termo “Além da Parapsicologia”:
“(…) parece-nos evidente havermos sido conduzidos a uma espécie de psicologia incidente sobre possíveis seres não humanos e, também, não necessariamente almas ou espíritos dos que aqui viveram.”
“Essas entidades conscientes e operantes nesse ou desse plano seriam dotadas de condições físicas ou extrafísicas e psíquicas diferentes da nossa.”
“Em consequência, essa psicologia, tratando de observações, experiências e manifestações de tais seres, dizendo do seu comportamento e capacidade, evidentemente, estaria além da parapsicologia, segundo o conceito desta até aqui aceito!”
O fato de haver interações entre os seres 3D e os seres do astral também significa que o escopo está além da parapsicologia.
Ademais, os depoimentos nos conduzem a pensar, conjecturar e estudar o condicionamento da matéria e das energias desse outro plano, implicando a pesquisa e sua física, química, biologia, etc., ou seja, não são estudos parapsicológicos mas, sim, parafísicos, paraquímicos ou parabiológicos.
“(..) não seria insensato concluir pela possibilidade de que venha a ser a mais benéfica e valiosa realização deste século a demonstração insofismável desse outro lano de vida, de existência, concomitantemente com a de imortalidade da alma.”
“Essas prováveis verdades (…) mudariam a face da civilização.”
Assistam ao último bate-papo, com as conclusões do livro: