O Mistério dos Olmecas
Trata-se de uma das civilizações da Mesoamerica mais intrigantes. Suas origens permanecem ainda desconhecidas; porém, deixaram um legado de sua vasta cultura e mitologia, como deuses em serpentes flamejantes e cabeças gigantes esculpidas em monolitos, o que levou a distintas especulações sobre a sua procedência, nenhuma das quais, todavia, foi confirmada, até hoje.
Segundo os especialistas, os Olmecas constituem a primeira grande civilização da Mesoamérica, região que compreende parte do México e da América Central (Guatemala, Honduras e Belize) .
Os primeiros Olmecas se estabeleceram nas quentes e férteis planícies do Golfo do México, ao redor de 1.500 a.C. e, ao longo dos séculos seguintes, especialmente a partir de 1.200 a.C., construíram uma civilização que exerceu uma enorme influência nas civilizações e reinos que os sucederam, como a Zapoteca, a Maia e a Asteca. Os mais importantes centros da cultura Olmeca foram: San Lorenzo, o primeiro a se desenvolver, por volta de 1200 a.C., La Venta e Três Zapotes.
Os Olmecas foram a primeira das civilizações americanas a erigir grandes pirâmides-templos. Esculpiram numerosos monumentos em pedra, desde peças minúsculas como estatuetas, máscaras e contas, até grandes tronos e cabeças monumentais, que supostamente representavam seus governantes.
Desenvolveram um estilo característico de arte, especialmente em pedra, em que os seres representados exibem traços felinos e guardam forte ligação com o mundo sobrenatural.
(The Olmecs).
A Escultura Monumental, especialmente as cabeças em pedra basáltica, tornaram a cultura Olmeca famosa internacionalmente e são, até hoje, objeto de discussão e controvérsia.
Monumento 17 de San Lorenzo – Cabeça Monumental (Grandes civilizações do passado – América Antiga)
Até o momento, foram descobertas dezessete dessas cabeças colossais, sendo que o maior número delas (10) em San Lorenzo, situado a 60 km do Golfo do México. Essas cabeças, embora semelhantes entre si, variam grandemente em suas dimensões físicas (peso e altura), nos traços faciais e nos arranjos de cabeça (espécie de capacete). Algumas dessas cabeças chegam a pesar trinta toneladas. Cada uma delas exibe feições únicas e realistas do que se acredita serem os antigos governantes desses povos. O mais intrigante a respeito delas é o fato de terem sido esculpidas em blocos maciços de rocha e transportados de uma pedreira na cordilheira de Tuxtla, distante cerca de 80 km a noroeste de San Lorenzo.
Até o ano 2001, havia um consenso entre os especialistas no sentido de que os Olmecas não possuíam um verdadeiro sistema de escrita, embora determinados símbolos como o do Dragão Olmeca estivessem presentes em outros suportes como cerâmica e tatuagens faciais.
Isso mudou radicalmente quando da descoberta de cilindros para impressão contendo glifos, no sitio arqueológico de San Andrés, Tabasco, a 5 km de La Venta. Esses glifos foram também encontrados em outros sítios como La Venta e Tlatilco e, embora muitos eruditos discordem quanto ao fato de eles comporem um verdadeiro sistema de escrita, outros sugerem que eles influenciaram o desenvolvimento posterior da escrita maia. (The Olmecs, p.97).
Várias teorias foram propostas para explicar como essas cabeças monumentais foram esculpidas e, em especial, como foram transportadas até seus locais de destino, uma vez que esses povos não utilizavam ferramentas de metal, não possuíam veículos com rodas, tração animal, nem possuíam tecnologia avançada. A arqueologia tradicional, baseada em evidências extraídas de outras civilizações, como a egípcia e a assíria, defende a ideia de que o transporte dos enormes blocos de basalto onde os monumentos gigantes foram esculpidos foi feito através da vasta rede de rios que cortam a região de Olmam (Diehl, R.A. The Olmecs, pp. 118-119).
Mesmo levando-se em consideração essa teoria, resta o problema de como desembarcar esses blocos de várias toneladas e empurrá-los ladeira acima, num terreno inóspito e cheio de obstáculos (regiões pantanosas, florestas densas, montes e vales) até seu destino final.
Uma estimativa sugere que seriam necessários 1.500 homens para arrastar uma dessas cabeças durante três a quatro meses até seu local de destino.
Somente uma ideologia poderosa aliada a uma crença forte em seus governantes, os quais se acreditava serem descendentes de deuses celestes, poderia ter feito com que milhares de pessoas dispendessem tal esforço físico durante um considerável espaço de tempo com o objetivo de honrar seus governantes e deuses.
Outra teoria, menos convencional, sustenta a ideia que o conhecimento para mover esses e outros megalitos espalhados por vários locais do mundo (Stonehenge, Gobekli Tepe, Ilha de Páscoa, Machu Pichu), foram transmitidos a povos antigos por seres extraterrestes, civilizações mais avançadas que ensinaram aos homens como mover tais pedras monumentais. A levitação teria sido o meio pelo qual as pedras gigantes teriam sido postas em seus lugares definitivos.
É interessante notar que muitos povos possuem crenças e mitos que relatam como essas pedras gigantes desceram dos céus. Seja como for, o mistério das cabeças gigantes dos Olmecas continuará a nos assombrar e a incendiar nossa imaginação por muito tempo ainda, até novas descobertas lançarem uma nova luz nessa intrigante questão.
Saiba mais sobre os Olmecas consultando:
The Olmecs – Richard A.Diehl – Thames &Hudson, 2004.
Grandes Civilizações do Passado – A América Antiga –Michael Coe, Dean Snow e Elizabeth Benson – Ediciones Folio S.A., 2006
México Antigo – Maria Longhena – Editora Verbo, 2004
Artes e Civilizaciones – Origenes – África- América-Ásia- Oceania –Joan Sureda (de laeditor), Beatriz Raamíres de La Fuente – Lunwerg Editores y Jaca Book SpA , Milano
https://pt.m.wikipedia.org (Os Olmecas)
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