Uma reflexão sobre Sitchin e os Anunnaki

Por Anisio Castro

Não há como falar sobre os Anunnaki sem mencionar o Sr. Zecharia Sitchin.  Ouso até afirmar que as evidências que temos sobre a civilização Suméria, Hititas , Celtas, cultura Ubaid e outras devem muito à popularidade dos escritos de Sitchin.

Lamentavelmente, oportunistas se apoderaram das pesquisas exaustivamente elaboradas pelo Sr. Sitchin, com a finalidade de defenderem suas convicções, crenças religiosas ou interesses financeiros.

Inúmeros livros surgiram após o lançamento do livro “O 12º Planeta”, do mesmo escritor. Há até quem afirme ter canalizado esse ou aquele personagem descritos pelo autor, embora o próprio não mencione nomes. Apenas conhecemos seus epítetos, que variam de cultura para cultura. Sabiamente, Sitchin observou que se tratam dos mesmos seres; entretanto, o estrago já estava feito.

Muitas previsões foram colocadas na boca de Sitchin, muitos joguinhos de palavras fora de contexto foram a ele imputadas, permitindo, assim, que sua pesquisa séria, reconhecida até mesmo por astrônomos e membros do Vaticano, fosse relegada à prateleira do esoterismo, perdurando até os dias atuais, quando se trata do assunto Anunnaki.

Textos sumérios, assírios, babilônios e hititas constituíram um desafio ao trabalho de acadêmicos eruditos, pois suas decifrações seguiram também de más traduções, transliterações e interpretações.

Por volta do ano 1850, o arqueólogo e historiador britânico Austen Henry Layard retirou, da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (atual Iraque), 25 mil barras de argila com escrita cuneiforme, algumas descritas como sendo cópias de velhos textos, e as despachou para a Inglaterra, onde agora integram a maior parte da coleção de antiguidades assírias no Museu Britânico. Para quem desejar se aprofundar no assunto indico o livro do estudioso inglês George Smith “O relato caldeu do dilúvio” e também o excelente livro de Samuel N. Kramer , “A História começa na Suméria”.  

As cidades de Babilônia e Assíria floresceram na Mesopotâmia por volta de 1900 a. C., mas foram precedidas por Acádia, onde surgiu a língua pré acadiana, que veio a ser a Suméria. Porém, o intrigante é que não há indícios de heranças de conhecimentos de outra cultura.

Sobre os gregos, há afirmações que seus deuses vieram de outro lado do mar mediterrâneo; o mesmo acontece com os egípcios, fenícios, hititas. Em outras palavras, tudo que os acadêmicos chamam de mitologia teve origem em Shumer (terra dos guardiões), em egípcio Neteru; tudo começou lá.  

Zecharia Sitchin, em suas pesquisas, observou, pelo estudos de Robert John Braidwood,  que a agricultura começou no Oriente Médio, por meio da domesticação de variedades selvagens de trigo, maçã, pera, figos, amêndoa e nozes, como sendo uma espécie de laboratório  genético botânico, guiado por mãos invisíveis, onde sempre se produzia uma planta recentemente domesticada; o mesmo se deu na domesticação de animais.

Por volta de 5000 a.C., o oriente médio produzia objetos de argila e cerâmica de soberba qualidade mas, por volta de 4500 a.C.,  as evidências arqueológicas indicam uma regressão à cerâmica, onde novamente voltaram a ser utilizados objetos de pedras. Quem desejar se aprofundar deve consultar o livro do arqueólogo James Mellaart , “História do Oriente médio”, cujo autor afirma, inclusive, que houve um empobrecimento geral da cultura.

Uma questão interessante a se pensar é que o homem moderno dispõe de muitos fósseis, parentes colaterais, mas nenhum progenitor; sua origem como homo sapiens é, ainda, uma incógnita. Sitchin levanta a hipótese de termos sido importados para a Terra de algum ponto ou então, como atesta o antigo testamento e outras fontes antigas, “criados por deuses”.

Como no “O Livro perdido de Enki”, para Sitchin esta é uma dúvida frequente de quem se envereda por esse tema; ele próprio, numa de suas entrevistas, por volta do ano 2000, nos forneceu essa resposta: 

“Estou usando todas fontes disponíveis de referência a esse ou aquele líder anunnaki, seja ele ou ela , porque alguns deles eram do sexo feminino. Estou usando todo esse material para reconstruir as memórias de seus líderes como se os tivessem ditado a um escriba.”

Por tudo que escrevo nesse artigo, destaco a seriedade de Zecharia Sitchin quanto ao desenvolvimento de seu trabalho de pesquisas, nas quais estudou várias traduções e interpretações disponíveis de vários eruditos para, posteriormente, compará-las com a fonte hebraica original e com textos sumérios, acádios, hititas para, somente então, as interpretar.

Não há como negar o fato de que várias culturas antigas acreditavam que deuses desceram à Terra, vindos dos céus, e que para lá poderiam voltar quando desejassem. Inclusive, há evidências fartas de que a cultura do homem foi mostrada não como uma progressão e sim uma regressão; como exemplo podemos citar a caverna de Shanidar, onde as pesquisas do professor Ralph Solecki confirmaram a existência de habitação humana desde 100 mil anos até 13 mil anos atrás.

Enuma Elish, que significa “quando nas alturas”, é formado por cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo, sobre sete tábuas de argila. Descoberto nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal, representa o mito de criação babilônico ou o chamado relato da criação. L.W. King nomeou esse texto a sétima tabuleta da criação, que apresenta uma das fontes mais importantes para a compreensão da cosmovisão babilônica, centrada na supremacia de Marduque e da criação da humanidade para o serviço dos deuses. O texto contido nos sete tabletes, hoje considerado sagrados, históricos e religiosos, era recitado durante cerimônias ou comemorações e, atualmente, é declamado durante o festival de Akitu, ou o ano novo babilônico.

Nessa versão babilônica, o herói do relato é Marduk, evidenciando sua supremacia sobre os outros personagens. Porém, há evidências que, em tempos imemoriais, essa versão babilônica representava somente uma adequação política e religiosa pois, nas versões anteriores, Anu e Enlil teriam sido os heróis. Ou seja, nada tão diferente do que vemos hoje em dia em nosso planeta, onde os vencedores sempre reescrevem nossa história.

Por fim, e sem a pretensão de elucidar por completo o tema Anunnaki, mas sim, confirmar a seriedade do estudo abrangendo o tema, temos o chamado texto de Adapa ou denominado “Enki e Ninmah: a criação da humanidade”, que cita anomalias, deformações e diversas enfermidades causadas pelo empirismo praticado por Enki e Ninmah, até o ponto de realmente conhecerem os genomas dos Anunnaki e dos hominídeos com perfeição. Fica a questão se, em nossos dias atuais, já não estaríamos também nesse estágio de empirismo. Já podemos inserir ou substituir certos genes prevenir ou curar doenças. Aliás, já podemos dizer que temos uma nova indústria, a de biotecnologia, além de avanços significativos também na astronomia, que corroboram, em muito, a cosmogonia descrita nos escritos sumérios de Enuma Elish.

Bibliografia:

Sitchin, Z., O 12º Planeta. Livro I das Crônicas da Terra. Ed. Madras, 2011.

Sitchin, Z., O caminho para o Céu. Livro I das Crônicas da Terra. Ed.Madras, 2013.

Sitchin, Z., O Livro Perdido de Enki: Memórias e Profecias de um Deus Extraterrestre. Ed. Madras, 2015.

Sitchin, Z., Gênesis Revisitado. Editora Best Seller, 1990.

Smith, G., The Chaldean Account of Genesis. Ed. Sagwan Press, 2015.

Braidwood, R. J. O Homem Pré-histórico. Ed Unb, 1985.

Mellaart, J., A História do Oriente Médio. Ed Verbo, 1995.

Anunnaki Livre, comunidade Facebook

Anisio Castro é administrador de empresas, astrônomo,  estudioso e apaixonado pelo tema dos antigos astronautas e Anunnakis. Membro administrador das comunidades Ufo TV e Anunnaki Livre no Facebook.

Importante: o conteúdo, os fatos e as opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor(a) e não refletem, necessariamente, a opinião dos administradores do UIB.

Equipe UIB
1 responder
  1. Van Ted says:

    Anysio Castro é um dos estudiosos mais sérios da obra de Zecharia Sitchin, e um dos mais antigos no Brasil!
    Simplesmente assino embaixo.
    Obs.: Uma curiosidade sobre o Anysio, que ele mesmo gosta de contar, é que ele começou a ler a obra de Sitchin, para tentar refutá-la, o que obviamente não conseguiu, pela argumentação extremamente séria e técnica, baseada em evidências científicas, astronômicas, e arqueológicas apresentadas pelo Professor Sitchin em sua extensa obra sobre os Anunnaki e seu Planeta Nibiru.
    Obrigada, Anysio!
    E obrigada, Ufologia Integral Brasil!

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